domingo, 30 de outubro de 2011

Pais podem ensinar os filhos como administrar o dinheiro

Fonte: Jornal Diároweb

É de criança que se aprende
São José do Rio Preto, 30 de Outubro, 2011 - 1:47
Liza Mirella
Guilherme Baffi
 
É a partir da infância que o trato com o dinheiro
vai moldar como o adulto vai lidar com esse
bem tão valioso. Por isso, a educação financeira
deve ser inserida na vida das crianças logo cedo.
A educadora financeira Silvia Alambert, da
The Money Camp, afirma que o assunto deve
ser tratado com naturalidade e não como
uma obrigação. Mais que isso, se o dinheiro
for visto como motivo de tristeza pode causar graves consequências na
vida adulta. “Essas crenças que a gente carrega têm grande interferência
no modo como fazemos dinheiro ao longo da vida.
” Isso quer dizer que a criança pode se transformar num adulto que
sabe administrar seus recursos ou em um que gasta além de conta
e vive em meio a dívidas.

O assunto dinheiro pode entrar na vida de uma pessoa a partir dos 3 anos
ou 4 anos. Nessa fase, o ideal é que a criança passe a ter contato com
o dinheiro, possa manuseá-lo e o utilize para alguns pagamentos.
Segundo Silvia, embora não haja uma compreensão profunda, a criança já
passa a absorver algumas noções.
“Ela pega o produto, paga com dinheiro, recebe um troco”, afirma.
Outro exercício interessante e que funciona como aprendizado é pegar
as moedas que recebeu de troco para guardar no cofrinho.
“A criança passa a entender que parte do dinheiro a gente gasta e parte
a gente guarda”, diz.

Segundo Silvia, o dinheiro é visto pela criança como uma ferramenta de troca.
Ela entende que a moeda é um instrumento que a faz obter coisas.
Em função disso, é necessário que aprenda desde cedo que o dinheiro
só serve para alcançar sonhos, é um meio na vida e não uma finalidade única.
“A conversa entre pai e filho deve ser natural, conforme a situação vai
acontecendo. O papo não pode se tornar chato para que a criança nunca mais
queira tocar no assunto e passe a administrá-lo de qualquer jeito.”

Depois do contato inicial com moedas e cédulas, entra a etapa de os pais
discutirem desejos e necessidades dos filhos e isso ocorre à medida que
as crianças vão crescendo. Mais uma vez, o diálogo entra em cena e as
crianças devem ser questionadas sobre o que querem gastar naquele
momento porque pode surgir outro desejo na semana, mais caro.
“É preciso discutir se não é melhor esperar e fazer uma escolha entre
os dois”, ensina.

Mesada

A ferramenta mais importante da educação financeira das crianças, a mesada,
pode entrar na vida da criança a partir dos 5 anos. Silvia explica que ela é
fundamental porque só quem tem dinheiro pode administrá-lo. Mas, nessa
fase, ela ainda é semanada, já que um mês é um prazo muito longo para ser
entendido por crianças dessa faixa etária. O valor da semanada deve ser
decidido de acordo com o orçamento da família e adequado à idade.
Uma sugestão está na faixa de R$ 5 a R$ 10.
“Uma criança de cinco anos não tem grandes necessidades, mas ela
sempre quer um docinho, uma figurinha, um álbum”, diz.

A ideia da semanada ou mesada é para ensinar a criança que ela tem
de administrar o dinheiro durante esse período e que, se acabar, acabou.
Vai ser preciso esperar a data estipulada pelos pais para o próximo
recebimento. Nesse sentido, duas premissas são fundamentais aos pais:
cumprir o que foi acordado e não falhar, dizendo que naquela semana ele
não tem dinheiro e, do mesmo modo, não ceder e dar mais dinheiro se a
criança pedir.

Segundo Silvia, se a criança pedir mais, o pai deve dizer de forma simples
que as pessoas não têm dinheiro a toda a hora, que ele não acontece de
forma mágica e que os adultos também têm um dia em que recebem,
assim como o acordo feito entre os dois. E, se a criança receber a mais, ela
terá a sensação de que tem facilidade de crédito.
“A criança precisa entender que o dinheiro mal administrado acaba.
A maioria dos adultos se enrola porque pede empréstimos a toda hora”, afirma.

Aos 9 já dá para administrar a mesada

A partir dos 9 anos, afirma Silvia Alambert, a criança já tem total capacidade
de administrar uma mesada. Novamente, o valor vai ser determinado de
acordo com as condições da família, mas ele não deve ser tão baixo que
exclua a criança do meio social em que vive e nem tão alto que não a
permita se planejar para conseguir seus sonhos.
Nessa idade, as necessidades da criança mudam. Ela passa a querer sair
com amigos para passeios no shopping e lanches com a turma.
O dinheiro que o pai usava para pagar essas despesas deve ser entregue
à criança.

Agora vem uma dica interessante e que pode até causar estranheza:
o pai deve deixar a criança quebrar financeiramente no começo para que
ela possa sentir que é ruim ficar sem dinheiro.
“Com isso, ela tem a real percepção de que se não administrar bem o
dinheiro, fica sem”, afirma.
A educadora afirma que essa experiência de falência faz com que a
criança passe a lidar melhor com o dinheiro, principalmente se já
 vinha recebendo os ensinamentos anteriormente.
As chances de quebrar novamente caem e as de ter sobra aumentam.
“A criança tem uma percepção grande. Rapidamente entende que
se acabou, magoou.”

Silvia dá um exemplo de como a percepção infantil é sólida.
Um de seus alunos queria tomar café da manhã todos os dias na
padaria quando o dinheiro era da mãe. Quando ela passou a entregar
o dinheiro a ele, a padaria ficou sem graça.
Hoje, ele usa o dinheiro com coisas que julga mais interessante.
Também não fica quebrado financeiramente porque já aprendeu
que é bom gastar um pouco e guardar um pouco.

Conta no banco

A abertura de uma conta bancária para a criança deve ocorrer,
se possível, antes mesmo de seu nascimento. Essa reserva ajuda os
pais a conduzir a criação e educação do filho.
Quando a decisão é na infância, segundo Silvia, o fundamental é
que os pais tenham paciência para educar o filho financeiramente.
Isso pode ocorrer aos dez anos, com uma conta poupança.
 “A criança vai movimentar com auxílio dos pais. Ela não fica com o
cartão porque ainda não discernimento e pode perdê-lo”.

A entrada do cartão de crédito na vida da pessoa não deve ocorrer
antes dos 15, 16 anos. Nessa idade, o adolescente já tem mais
responsabilidades na vida e pode começar a manusear e aprender
a utilização o cartão de crédito.
Embora esteja havendo a substituição pelo dinheiro de plástico,
é mais fácil gastar o que não se vê, afirma Silvia.
“O cartão engana o cérebro e a pessoa acha que o limite disponível
é seu dinheiro.”

Famílias tentam educar os filhos

A educação financeira das crianças da família Masocatto Andrade Pereira
começou cedo. Thales, 9 anos, David, 7, e Caio, 5, já têm seus cofrinhos
 e administram suas semanadas, cada um a sua maneira e de acordo
com a faixa etária. A mãe, Ana Masocatto Andrade, conta que os filhos
recebem R$ 10 por semana. “O assunto entrou na vida deles quando
eles começaram a pedir coisas. Entendemos que era hora de ensinar
que era preciso poupar para conseguir”, afirma.

Como ainda não têm muito cuidado com o dinheiro, a mãe montou
a estratégia de pagar e descontar o débito do saldo cada um.
“Eles não gastam muito, gostam de guardar. É impressionante
como as crianças têm a capacidade de aprender.”
Para David, o dinheiro é o que o ajuda a comprar as coisas que quer.
Hoje, tem R$ 200 guardados. Faltam apenas R$ 39 para comprar o
brinquedo que deseja no Natal. “Gosto de comprar brinquedos e livros.”

Perfis diferentes

Na casa de Ana Laura Zanardi Anunciação, 8 anos, e Victor Hugo, 13,
a educação financeira começou cedo para evitar que fossem
enganados. “Desde pequenos eles já conheciam as notas,
sabiam distinguir os valores e tinham noção de troco”, explica a mãe,
Marisa Zanardi.

Ela conta com os dois filhos têm perfis bastante diferentes.
Ana Laura é a econômica, tanto que já juntou mais de R$ 1 mil.
“Ainda não sei como vou gastar o dinheiro, mas estou guardando
e fico feliz em juntar”, afirma. Victor Hugo é mais consumista.
Seus principais desejos são relacionados ao esporte predileto, o tênis,
e acessórios para o celular. Mesmo assim, procura não extrapolar.
“Se acaba a mesada, fico sem dinheiro e espero receber”.

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Você Quer. Você Pode.

Imagem: dreamstime
“ Não sabendo que era impossível, ele foi lá e fez.” – Jean Cocteau

Quando somos jovens, somos sonhadores e realizadores e nada parece ser tão complicado a ponto de deixarmos de, pelo menos, tentar. Nada parece ser sombrio ou ousado demais. O mundo até parece ser pequeno para tudo o que queremos realizar, mas eis que chega um momento na vida que parece que somos atingidos pelo raio sonífero da realidade. E o que é realidade? Realidade é tudo aquilo que os outros querem que acreditemos que seja, ao longo de nossa formação e de nosso crescimento:

“ Você não pode fazer isto”; “Ninguém faria uma coisa dessas”, “ Isso não vai funcionar”, “Você acha que isso vai dar certo?”, “ Isso é ilusão”, “ Isto não é para você!”.

Todos os realizadores já devem ter ouvido frases dessa ordem, ainda que tenham se negado a acreditar nelas. Essas pessoas (os sonhadores realizadores) se recusam a aceitar a “realidade” da vida dos outros em sua própria vida e simplesmente seguem acreditando e construindo as pontes que as levarão a realização de seus sonhos.

Portanto, não acredite em tudo o que dizem parecer ser impossível ou que não poderá ser realizado. Acredite em seus sonhos e persiga-os. Permita-se construir sua própria história de vida.

Lembre-se que sonhar é para todos, mas são poucos os que tem a ousadia de transformar um sonho em realidade e, muito provavelmente, são menos ainda os que tem energia para ao menos tentar colocar õs sonhos em um plano real. “ Ah, isso é muito trabalhoso” ou “ Quem iria comprar uma idéia dessas?” ou ainda " Só me resta sonhar" é o que a maioria das pessoas pensam e dizem, mas uma coisa é certa: não importa quão magnífico seja seu sonho, ele continuará sendo somente um sonho se você não se puser em movimento.

Se você realmente deseja transformar seus sonhos em realidade, você terá que planejar e executar, executar e planejar, ou seja, você precisará se colocar em movimento, em ação. Então:

1) Esteja decidido sobre o que irá realizar.

2) Planeje-se para a ação: Por que quero realizar este sonho? Como devo me preparar para tirar este sonho do imaginário e traze-lo à realidade? O que ou de quem exatamente precisarei para me ajudar a realiza-lo? Quando pretendo realizar este sonho?

3) Declare sobre o que você decidiu realizar com familiares e amigos – isto já lhe dará meio que uma “obrigação moral”, um comprometimento com você mesmo de que você irá iniciar seu projeto de vida.

4) Planejamento: Reveja seus passos iniciais e veja se continua no caminho ou se foi “abduzido” de seu sonho inicial ou se está se distanciando dele.Se necessário, ajuste as velas e siga em frente. Avalie-se sempre para ver se está progredindo em seus passos para transformar seus sonhos em realidade.

5) Celebre. Sim, imagine o tempo inteiro a grande festa de celebração da sua própria vitória. Como vai ser? Quem que você quer que esteja lá vibrando com você e orgulhoso por você? Donald Trump diz que “ Sonhar grande ou sonhar pequeno, dá o mesmo trabalho”, então SONHE GRANDE.

6) Continue executando e planejando até que... lá estará você no topo da sua montanha.

O melhor momento de nossas vidas para darmos início à realização de qualquer sonho (viagem de formatura, carreira a ser seguida, casamento, um negócio próprio, uma conta de investimentos, uma viagem pelo mundo, compra da casa própria, seja lá qual for o seu sonho) é HOJE.

Podemos realizar todos os sonhos que desejamos fortemente, pois só quando realmente queremos e desejamos algo com muita intensidade é que nos colocamos em ação para realiza-lo e, incrivelmente, tudo parece se encaixar perfeitamente para que eles aconteçam; somos fortes e destemidos, tal qual como na juventude.

Então, eu deixo a pergunta para você refletir: Você tem sido um realizador ou um atropelador de sonhos?

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Financiamento de Longo Prazo deve ser evitado

18/10/2011
Erica Martin

Do Diário do Grande ABC



Evitar o financiamento e o parcelamento das compras é impreterível neste momento, principalmente para quem não tem reservas financeiras. A sugestão é gastar apenas com o necessário para a manutenção do dia a dia, como moradia e alimentação. "O brasileiro precisa de muita prudência diante dos acontecimentos econômicos. Se o cenário fosse tão otimista, não encontraríamos, por exemplo, produtos mais caros nos supermercados ", conta a educadora financeira Silvia Alambert, de São Paulo.
 
Não é preciso se desesperar, mas usar o crédito consciente e formar uma poupança são atitudes essenciais para manter as finanças em ordem e enfrentar possíveis mudanças na economia. Se os juros aumentarem, por exemplo, quem contratou empréstimo comprometerá uma parcela maior do orçamento (que não estava prevista), para conseguir quitar o débito.

ECONOMIA - A economia mundial enfrenta problemas e o Brasil, assim como outros países que têm relação comercial com essa nações, é afetado. "Numa economia globalizada as consequências boas ou ruins sobram para todos", diz Silvia. Foi o que aconteceu com o Brasil.
 
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, o Produto Interno Bruto, que é a soma de todas as riquezas do Brasil, cresceu 7,5% em 2010. Para este ano, a situação é menos otimista. O último relatório do Banco Central mostra que a previsão de crescimento da economia, estimada em 4% para o fim de 2011, é agora de 3,5%.

"A crise na zona do Euro, a dívida dos Estados Unidos com os credores que compraram os papéis da dívida norte-americana, o aumento da inflação brasileira e ainda a queda do dólar (que voltou a subir), que afetou o setor industrial exportador são alguns exemplos do que emperrou o crescimento maior do País", explica Dalmir Ribeiro, diretor do departamento de indicadores sociais e econômicos da Prefeitura de Santo André.

A CRISE NA EUROPA - Muitas empresas do Grande ABC dependem da demanda externa para manter a evolução dos seus negócios. E, apesar da perspectiva positiva de que a crise na Europa será contornada, é preciso ficar de olho. "Se os países europeus não adotarem resoluções para solucionar a crise, teremos uma piora no quadro internacional e o reflexo será negativo para o Brasil e para a nossa região", conta o professor de Economia Francisco Funcia, da Universidade Municipal de São Caetano.





segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Compras Coletivas, Problemas Coletivos

Imagem: dreamstime.com
17/10/2011

Sites de compras coletivas violam código de defesa do consumidor, diz Idec

Com o aumento das ofertas, os problemas começaram a surgir e os direitos do consumidor passaram a ser ignorados

Os sites de compras coletivas ganharam a atenção dos consumidores brasileiros.

Por terem os produtos e serviços mais desejados e com preços tentadores, esse tipo de venda começou a crescer no País, tanto que hoje já são quase duas mil empresas.

Com o aumento das ofertas, os problemas começaram a surgir e os direitos do consumidor passaram a ser ignorados.

De acordo com o Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor), entre os maiores problemas enfrentados pelos consumidores estão o fato de as empresas não assumirem responsabilidade por problemas decorrentes das vendas, não oferecerem informações suficientes ao consumidor e divulgarem descontos maiores do que realmente são.

Compras coletivas x problemas coletivos

Para entender os problemas que o consumidor tem enfrentado, o Idec realizou um levantamento com as quatro maiores empresas do setor, segundo o ranking do portal Bolsa de Ofertas: Clickon, Groupalia, Groupon e Peixe Urbano. Entre os problemas encontrados estão:

•Cadastro obrigatório de e-mail, sem acesso ao contrato: neste quesito, foram reprovadas as empresas Groupon e Peixe Urbano. De acordo com o Idec, é direito do consumidor só cadastrar seu e-mail depois de analisar os Termos e Condições de Usos e a Política de Privacidade dos sites de compras coletivas.

Porém, segundo o levantamento, para o consumidor conhecer as regras de funcionamento dos sites é necessário cadastrar o endereço de e-mail. Além disso, durante o cadastramento, o sistema opt-out faz com que o consumidor aceite compulsoriamente as regras de prestação de serviço, uma vez que esse item já vem assinalado. “Essa prática desrespeita a autonomia do consumidor e sua liberdade de escolha”, explica o o advogado do Idec e responsável pela pesquisa, Guilherme Varella.

•Utilização indevida de dados pessoais: as empresas Groupon, Peixe Urbano e Clickon foram apontadas nesse quesito, pois compartilham dados pessoais dos usuários cadastrados com parceiros para uso comercial e publicitário. “Não há garantias sobre a forma de tratamento das informações, o que é uma ameaça à privacidade dos consumidores e dá margem à publicidade virtual massiva e abusiva (spams)”, afirma Varella.

•Isenção de responsabilidade: neste caso, todos os sites pesquisados apresentaram cláusulas contratuais que eximem sua responsabilidade em relação à qualidade e à eficiência dos produtos e serviços que oferecem. De acordo com os contratos, a obrigação de reparar eventuais prejuízos cabe apenas aos seus parceiros, admitindo que são apenas intermediadores da compra. “O site de compras coletivas faz parte da cadeia de fornecimento de produtos e serviços, pois atua na etapa de oferta, publicidade e transação financeira dos compradores. Não há o que justifique a isenção ou diminuição de sua responsabilidade”, explica o advogado.

Segundo o artigo 51, I e III, do CDC (Código de Defesa do Consumidor), tais cláusulas são nulas, portanto, o consumidor tem o direito de exigir que os sites de compras coletivas resolvam os problemas constatados nos produtos ou serviços que comercializam.

•Desconto maquiado: as quatro empresas analisadas tiveram problemas, pois inflacionam os preços para disponibilizá-los em promoção, fazendo com que contratar o serviço diretamente no fornecedor saia mais barato do que adquirir dos sites de compras coletivas com desconto. Em outros casos, algumas empresas prometem descontos que não existem, cobrando o valor real do produto ou serviço. “Como os sites de compras coletivas são uma forma de publicidade, a veiculação de informação falsa pode ser considerada publicidade enganosa e proibida pelo artigo 37 do CDC”, explica Varella.

•Número mínimo de compradores: todas as empresas novamente tiveram problemas neste quesito, pois nenhuma informa o número mínimo de compradores necessários para a efetivação da oferta, embora seja uma informação fundamental para a efetiva aquisição do produto ou serviço.

•Direito de arrependimento: os sites reprovados foram Groupon, Peixe Urbano e Clickon. Neste caso, eles não informam adequadamente o direito de arrependimento que, segundo o CDC, é de até sete dias e dá o direito do consumidor receber seu dinheiro de volta. No caso da Clickon, esse direito é garantido, porém, o consumidor terá de pagar uma multa de 40% para cancelar a compra. “A cobrança de multa é absurda e ilegal, pois é direito do consumidor desistir da compra”, afirma o advogado.

•Ausência de SAC: nenhum dos quatro sites analisados possuem opção de atendimento rápido ao consumidor, seja por meio de telefone ou chat. As opções oferecidas são apenas perguntas frequentes, com respostas pré-formuladas.

•Falta de informações que identifiquem os sites fornecedores: todas as empresas apresentaram falha, já não divulgam de maneira clara os dados dos fornecedores. Além disso, as que informam o nome, endereço e outros dados, colocam essas informações em locais de difícil localização. “Esses dados são fundamentais para que o consumidor possa contatar as empresas e entrar com ação contra elas, caso seja necessário”, explica Varella.

Outro lado

As empresas foram informadas do resultado da pesquisa e deram seu posicionamento em relação aos resultados.

No caso do Groupon, a empresa admitiu que tem parte da responsabilidade sobre os produtos e serviços que oferta e disse que alterou a cláusula que trata do assunto. Sobre a relação entre preço e desconto, explicou que analisa todas as ofertas antes de publicá-las, mas que pela natureza dinâmica do modelo de negócio, alguns parceiros podem praticar o preço ofertado no site para outros clientes. O site também afirmou que informa sobre o direito de arrependimento nas perguntas frequentes, no item “modalidades de reembolso”.

O Peixe Urbano reiterou que não integra a cadeia de fornecimento, afirmando que atua apenas como prestador de serviço de publicidade e disponibilização de vouchers promocionais, esquivando-se da responsabilidade por eventuais problemas. Ainda afirmou que checa todos os preços antes da publicação da oferta, e que não considera necessário informar sobre o direito de arrependimento, pois este está previsto no CDC.

Para o Clickon, seu papel é de intermediador da relação entre parceiro e usuário e que, por isso, não pode ser responsabilizado por qualquer problema. Além disso, informou que seus descontos são baseados no preço sugerido pelos parceiros, e que estes podem fazer promoções paralelas às do site. A empresa também informou que retirou a previsão de multa da cláusula sobre o direito de arrependimento.

Já o site Groupalia afirma que a responsabilidade é dos fornecedores, quando estes são identificados.

Fonte: InfoMoney
Autor: Redação
Revisão e Edição: de responsabilidade da fonte

Filho, você é quem manda.


Imagem: dreamstime.com


Pesquisa mostra que crianças preferem ir às compras do que brincar
Pequenos influenciam no consumo dos pais

12.10.2011
Atualizado em 12.10.2011 - 14:12
Ayeska Azevedo
Redação CORREIO
ayeska.azevedo@redebahia.com.br



Neste Dia das Crianças, o que seu filho pediu para fazer? Ir com você às compras no shopping? Pois saiba que esse é o programa favorito de 56,8% das crianças de Salvador, que preferem ir às compras com um adulto a ficar em casa brincando. Os dados são da pesquisa do Instituto Futura em parceria com o CORREIO sobre a influência das crianças nas compras da família. O estudo, realizado entre 30 de agosto e 3 de setembro, ouviu 601 pais ou parentes de crianças com idade entre 2 e 12 anos na cidade.
 
A pesquisa aponta que 31,7% das crianças da capital baiana vão sempre às compras com os pais, sendo que 44,6% delas sempre ou quase sempre ajudam a decidir sobre o que se compra para elas.
 
“Hoje, as crianças decidem várias coisas dentro de casa. Da cor do carro da família à cor da tinta da parede, elas influenciam nas escolhas dos adultos. E se os pais não fazem a vontade, elas batem o pé, fazem bico. É liberdade demais”, analisa a educadora financeira Sílvia Alambert.
 
Na opinião de Sílvia, os atuais padrões de educação permitem que a criança tenha muito poder. “Hoje elas fazem escolhas que os pais não puderam fazer na própria infância. A geração anterior foi privada de participar das decisões da família, não tinha poder de escolha”, observa.
 
Estresse Para Isaura Moreno, ir às compras com o filho João Pedro, que acaba de completar 4 anos, é sempre motivo de estresse. “Ele pega tudo que vê pela frente e coloca no carrinho. Na hora de pagar, é sempre um drama, mas eu nunca levo tudo o que ele quer. Se for algo que estava na lista, deixo ele escolher um e levo, mas brinquedo, só se for baratinho”, conta Isaura.
 
João Pedro também adora os personagens que vê na TV. “Ele até mudou a marca da pasta de dente, só porque lançaram uma com outro personagem. Mas, se o preço for exorbitante, eu não levo”.
 
Na opinião de Sílvia Alambert, a criança tem o direito de querer tudo, mas o poder de compra cabe mesmo aos pais. “Quem vai às compras com o filho não vai conseguir fazer as compras em paz, vai gastar mais do que planejou e comprar coisas que não precisa. Mas é importante lembrar que só os pais têm o poder de educar uma criança financeiramente equilibrada ou um consumista”, pontua.
 
Bairros

A Pituba desponta na pesquisa como o bairro em que 100% das crianças costumam ir sempre às compras junto com os adultos, enquanto 50% das crianças do Rio Vermelho nunca acompanham os pais nas compras. Já os baixinhos que moram na Barra são os que mais ajudam a decidir o que se compra para a casa, com 50% opinando sempre neste quesito. Mas são as crianças de Itapagipe (63,6%) as que menos influenciam nas decisões de compras para a casa.

Em compensação, 50% das crianças da Barra nunca decidem o que os pais compram para elas, mesmo percentual encontrado no bairro de Cajazeiras no que se refere a esse item. Entre as crianças que mais são influenciadas pelos personagens nas embalagens na hora de compra estão as que moram em Itapagipe (54,5%). Já os pequenos que moram em Cajazeiras (75%) são mais seduzidos pelas cores dos produtos e das embalagens.

‘Elas estão carentes’

Na opinião da educadora financeira Sílvia Alambert, por trás do comportamento consumista das crianças pode estar escondida uma carência da presença dos pais. “Acredito que há duas coisas em paralelo nesse caso. Uma delas é que muitas crianças associam que toda saída com os pais é para comprar e a outra questão é que, para elas, ficar em casa é sinônimo de ficar em frente a TV, ao videogame ou ao computador, mas elas querem passar mais tempo com a família”.

Nesse caso, a pedagoga Sílvia Alambert acredita que a opção de ir às compras com o adulto é um passaporte para ficar mais tempo em família. “As crianças de hoje em dia estão muito carentes, independentemente de faixa etária e classe social. Atualmente, os pais têm pouco tempo para estar com os filhos, e as crianças sabem que se forem às compras com os pais, no final pode aparecer a oportunidade para algo mais, como tomar um sorvete ou comer uma pizza”, observa.

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Por que utilizar o dinheiro em espécie ao invés do cartão de crédito no dia a dia?

Imagem: dreamstime
Mesmo com o recado enviado pelo Governo aos consumidores, alertando sobre a utilização do cartão de crédito para quitar qualquer tipo de conta pagará 3% ao ano de Imposto sobre Operações Financeiras incidente sobre operações de crédito e o aumento para 6,38%, desde março deste ano, sobre as compras internacionais feitas com cartão de crédito, o consumidor parece não se dar conta das suas contas.

Tudo indica que os consumidores se movem em direção à economia do “tudo com dinheiro de plástico”. Bom para quem?

“A Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs) prevê que até o fim deste ano o país tenha um total de 684,3 milhões de cartões em circulação, incluindo cartões de crédito, de débito e de lojas. O volume é cinco vezes maior que o número de cartões registrado em 2000 – de 118,7 milhões – segundo pesquisa da Abecs com o Instituto de Pesquisas Datafolha. Desses, 52% estão nas mãos da população das classes C, D e E, principais consumidores das MPE. O crescimento do número de transações foi ainda maior no período: saltou de 1,1 bilhão, em 2000, para 8,2 bilhões, estimativa feita para 2011.” (Fonte: Folha de Alphaville – 22/09/2011)

“Entre janeiro e agosto deste ano a inadimplência avançou 24,9% em comparação com igual período do ano passado, de acordo com dados do Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC) divulgados pela Boa Vista Serviços (BVS), da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), que publica este Diário do Comércio. O uso descontrolado do cartão de crédito é apontado como o principal problema...” (Diário do Comércio – 2/10/2011). Bom para quem?

Por que, então, ainda é preferível que você utilize dinheiro em espécie, ao invés de cartão de crédito no seu dia a dia? Eis algumas razões.

Gaste menos pagando à vista. A maioria das pessoas acaba por gastar mais quando utiliza seus cartões de crédito do que quando pagam à vista. Isto porque as compras por impulso acontecem instantaneamente quando se está em poder de um cartão de crédito. Já quando se utiliza o dinheiro em espécie há um maior controle com relação aos gastos, pois uma vez que seja possível visualizar a quantia de dinheiro disponível para gastar, não haverá grande esforço para abrir mão de uma aquisição desnecessária. Além do mais, com dinheiro em espécie, há a oportunidade do desconto. “...se o cliente preferir pagar em dinheiro, já que a loja não tem de pagar pela operação, pode conseguir um desconto de até 10%.”, diz o gerente de uma loja em Alphaville.

O dinheiro simplifica o orçamento. Separe a quantia de dinheiro que deverá ser gasta semanalmente, pois isso evitará transtornos no orçamento. Planeje-se até para gastar. Uma coisa que todos nós fazemos quando gastamos dinheiro que está na carteira é contabilizar na hora o quanto sobrou depois da compra. É automático. Assim, a pessoa poderá ter um melhor controle sobre seu orçamento. É difícil encontrar pessoas que utilizam cartões de crédito que façam essa mesma conta. Normalmente, elas se perdem nas contas.

Reduza o seu risco de inadimplência. Cartões de crédito foram originalmente desenvolvidos para que as pessoas tivessem uma comodidade, porém cresce o número de pessoas que o utilizam para se endividarem. Utilizar o cartão de crédito por comodidade, significa pagar a fatura integralmente na data do vencimento. Utilizar o cartão de crédito como forma de empréstimo, significa que o consumidor pagará muito mais dinheiro no final, já que as taxas de juros aplicadas são as mais altas do que qualquer outra modalidade de empréstimo disponível no mercado e de nada adianta, também, substituir o cartão de crédito pelo limite de cheque especial só porque a taxa de juros é mais baixa.

Utilizar dinheiro em espécie faz pensar sobre o que está sendo comprado e porque se quer comprar. Quando a pessoa realiza uma compra em dinheiro, ela se questiona se realmente precisa realizar aquela compra naquele momento ou se poderá esperar mais um pouco. Na maior parte das vezes, a pessoa tende a se lembrar de outros compromissos e desiste da compra por impulso. Eis um bom motivo e, também, uma forma de ter disciplina com o próprio dinheiro.

Minimizar riscos de clonagem. Muitas pessoas se preocupam com a questão da clonagem do cartão na hora de passá-lo, ainda que o estabelecimento pareça ser seguro e confiável. Conheço pessoas (inclusive essa que vos escreve) que já tiveram seus cartões clonados em lojas conhecidas de Shopping Center de São Paulo, onde jamais alguém ousaria sequer pensar que pudesse acontecer alguma coisa dessa ordem. Utilizar dinheiro em espécie minimiza o risco e protege a sua privacidade. Óbvio dizer que gerenciar risco vale também para quando se está com dinheiro em espécie na carteira.

Dinheiro em espécie promove o desenvolvimento da economia local. O pagamento em dinheiro promove o crescimento da economia local e mantém, inclusive, funcionários no mercado de trabalho. Quanto mais dinheiro circular internamente, quanto mais vezes ele passar de mão em mão, mais ele gerará valor e riqueza.  Isto gera o desenvolvimento da comunidade e, portanto, do país.


 
Seus sonhos precisam da sua ajuda para se tornarem realidade e não se transformarem em pesadelo.

Vida longa e próspera.

 
Trechos do texto escrito por Paul Richard, Pres./Ex. Director ICFE, extraído da newsletter Financial Wisdom with a Twi$t com Elisabeth Donati e adaptado por Silvia Alambert