domingo, 29 de julho de 2012

Faça do dia de hoje uma grande aprendizagem para a vida


Texto de Philip Tirone ( criador de 7 Steps to a 720 Credit Score)
Tradução livre por Silvia Alambert (fundadora do programa The Money Camp no Brasil)


Imagem de propriedade da The Money Camp Brasil.
Todos os direitos reservados. 2012.

Eu sempre falo sobre ser um homem de família, mas há alguns meses eu fui colocado à prova.

Eu participei de uma conferência e o palestrante (Warren Rustland) disse que se a cultura familiar de uma pessoa é mediana, tudo a sua volta é mediano (escola, vizinhança, igreja, etc) e, assim, as crianças poderiam aprender mais com a cultura familiar de outras crianças do que a sua própria cultura familiar.

Isto faz muito sentido….Se sua cultura familiar não é forte, seus filhos serão pressionados por seus pares, treinadores e professores  e acabará que adotarão valores diferentes aos da família.

Um segundo palestrante (Greg Baer) disse, então, que  o  tempo em que uma família se dedica a educar os seus filhos será diretamente proporcional ao seu sucesso e felicidade.

Foi como ser atingido por um raio.

Veja só, eu percebi que eu estava investindo mais tempo tentando construir a cultura da minha empresa do que tentando construir a cultura da minha família.

Então, há nove semanas atrás, minha esposa e eu implementamos o “encontro diário da família”, o qual nós iremos dar continuidade enquanto as crianças morarem em casa.

Lily e eu queremos criar uma forte ligação com nossos filhos e queremos que tenham uma forte relação com seus irmãos.

Ao considerar, então, a estrutura dos nossos encontros familiares, minha esposa e eu consideramos responder a esta pergunta: Quais os valores que nós queremos incutir em nossa família?

1) Iniciamos com uma oração.

2) Cada um conta aos outros membros da família sobre as coisas às quais estão animados em realizar. (Meu filho de 3 anos está animado com seu brinquedo  de atirar balões de água – todos os dias!)

3) Então, revisamos o dia e o que acontecerá ao longo do dia – Papai virá almoçar em casa; Vovó levará as crianças ao zoológico... esse tipo de coisa.

4) Depois, conversamos sobre um valor (moral ou social) do dia.

É importante observar que deixamos as crianças escolherem sobre quais valores elas querem conversar. Nós queremos que as crianças saibam que suas opiniões são importantes e que sintam-se respeitadas, então, nós damos a elas escolhas e seguimos seu exemplo.

Nós abordamos tudo – desde o compartilhar até sobre boa gestão das finanças.

Nossos filhos são novos ( o mais velho tem 5 anos), então as lições são orientadas para a idade deles.

Por exemplo, compramos um “porquinho” que tem 4 cavidades, ao invés de uma apenas. Estas 4 cavidades representam o que nós desejamos que nossos filhos aprendam e façam com seu dinheiro: poupar, doar, investir e gastar.

Conforme eles cresçam, nós partiremos destas lições para conversas sobre crédito, ferramentas de investimento e formas de poupança.

Independentemente disso, estamos investindo cada dia na construção de uma cultura que permita que os nossos filhos prosperem.

O que você acha? Como você ensina os seus filhos sobre os valores que julga importantes e quais ferramentas lhes oferece para desenvolverem suas habilidades? Eu adoraria saber o que você está fazendo. Além disso, partilhe conosco sobre como você ensina seus filhos sobre finanças, a fim de que eles possam aprender com e através das experiências e erros de seus pais. Compartilhe seus pensamentos aqui ...

Faça do dia de hoje um grande dia.

Paz.

P.S. Durante as primeiras 4 ou cinco semanas, nós nos esforçamos muito no compromisso de manter as reuniões familiares diárias. Houve um dia em que eu já ia saindo de casa sem fazer a reunião, quando meu filho mais novo, Lucas, veio correndo para me lembrar:

"Papai, papai!", ele disse. " Reunião familiar?"

Naquele momento, percebi que estas reuniões são uma mudança no jogo.
Informe-me também se vocês tiverem alguma ideia para fortalecer as reuniões de família!

sábado, 21 de julho de 2012

Quer jogar?

Planejar também significa projetar, arquitetar, construir,edificar, idealizar, empreender, experimentar, propor, pretender.
O oposto significa improvisar.

Por que a maioria das pessoas prefere improvisar a ter que planejar para atingir os objetivos de vida?

A resposta talvez esteja no sentimento de que planejar sem ter um objetivo claro e uma sequencia de ações para alcançar o objetivo proposto leva muitas pessoas a desistirem de planejar, antes mesmo de iniciar algum tipo de planejamento.

Planejar com o sentimento de querer alcançar vários objetivos ao mesmo tempo, sem uma sequencia de ações, também faz com que as pessoas se percam na hora de realizar o planejamento: algumas iniciam, se perdem no caminho e perdem a vontade de continuar no jogo. 

Se compararmos esta realidade aos games, observamos que ao jogar as pessoas se sentem mais confortáveis e dispostas a produzir resultados positivos, exatamente porque existem regras claras e uma sequencia de ações para que o objetivo seja alcançado. Como não existem dúvidas sobre onde se pretende chegar e conhecendo cada passo para chegar ao objetivo, a sensação é o reconhecimento de que algo será realizado e isso nos deixa prontos para participar do desafio.

Nos games, ainda que nos deparemos com a dificuldade de passar para uma próxima fase em virtude de termos falhado em algum ponto, não há o desejo de desistir, mas em tentar novamente, já que há o conhecimento das regras e o sentimento de fazer parte de uma missão coloca-nos em marcha, exatamente por não aceitarmos a "não recompensa" do final; em um planejamento na vida real, se algo falhar no caminho, muitos são os que simplesmente desistem e não querem mais jogar. Isso porque normalmente iniciam o jogo do planejamento sem objetivos claros ou com muitos objetivos a serem alcançados ao mesmo tempo, o que acaba por trazer o sentimento de ausência de estar em uma missão e sem uma sequencia de ações conhecidas para retomar o jogo, torna-se natural a vontade de parar de jogar.

Por isso, educar-se financeiramente é importante para que se entenda o passo a passo para a próxima jogada, para o estabelecimento de regras pessoais e o sequenciamento das ações para a conquista dos objetivos. Lembrando sempre que cada um tem sua própria estratégia de jogo e, por isso, um jeito singular de jogar. 

Ao compararmos a educação financeira a um game, podemos afimar, então, que aquela se apresenta como uma necessidade de melhoria contínua de cada passo do planejamento: quanto mais se aprende mais se avança em uma fase, maior o desejo de melhorar o tempo da jogada na próxima fase, para logo alcançar um objetivo e depois outro e outro e a cada fase conquistada, obter aquela sensação de prazer e orgulho. EU CONSEGUI!

Todos podem vencer no Jogo do Dinheiro, basta escolher querer vencer.

Ao seu sucesso financeiro.

Se quiser mais informações sobre como implantar The Money Game™ em sua escola ou empresa contate-nos através do email: info@themoneycamp.com.br

The Money Game™ e sua logomarca é marca registrada ou marca de serviço registrada de propriedade de Creative Wealth Intl, LLC e comercializado no Brasil exclusivamente pela The Money Camp™ (www.themoneycamp.com.br)

segunda-feira, 16 de julho de 2012

Como Domar a Inflação de Férias


Imagem: Shutterstock

EM CASA OU EM VIAGEM, MAIOR DEMANDA DOS FILHOS 

POR GULOSEIMAS E RECREAÇÃO CONSOME 12% DO ORÇAMENTO 

NO PERÍODO FORA DA ROTINA ESCOLAR

Luciane Macedo _247 - As férias escolares consomem cerca de 12% do orçamento familiar durante o mês de julho, quando crianças e adolescentes gastam mais com lanches e guloseimas, lazer e recreação. O desafio de manter as contas no azul fica ainda mais difícil, pois os pais precisam separar uma parcela maior de seus rendimentos para atender as demandas dos filhos e ainda domar a inflação de férias, seja dentro de casa ou em viagem.
A maioria dos itens mais consumidos na cesta de férias, do sorvete ao ingresso de cinema, subiu acima da inflação, mostra pesquisa da Fundação Getúlio Vargas. E o golpe no bolso é ainda maior para quem escolheu viajar, pois os preços dos hotéis foram os que mais aumentaram, nos últimos 12 meses, entre 23 itens de uma cesta de férias elaborada pelo economista André Braz, do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre), da FGV.
A lista da inflação de férias foi dividida em dois grupos: alimentos e serviços (veja abaixo). Em ambos os casos, houve aumento acima da inflação medida pelo IPC/FGV nos últimos 12 meses, até junho de 2012, que foi de 5,37%.
Entre os alimentos, os que registraram as maiores altas de preços foram refrigerantes e água mineral (9,36%), batata frita (8,13%) e sorvetes e picolés (8,10%). Entre os serviços, hotéis (11,72%), clubes de recreação (8,34%) e cinema (8,18%) estão no topo da lista dos que mais encareceram nos últimos 12 meses.
Mas se não dá para escapar da demanda dos filhos, o jeito é diversificar as opções para não cair sempre nos gastos mais salgados, recomenda a educadora financeira Silvia Alambert, diretora-executiva do Money Camp no Brasil e que estreia, em agosto, como colunista das rádios da BM&FBovespa. Segundo Silvia, a questão das finanças durante as férias escolares não envolve apenas números, mas, também, controle emocional dos pais.
"Trinta dias fora da escola custam caro porque, em época de aula, há toda uma programação de atividades para ocupar o tempo dos filhos, e estes gastos já estão todos programados no orçamento familiar: a aula de inglês, de dança, de natação", explica a educadora financeira. "No recesso escolar, geralmente entra tudo de férias ao mesmo tempo, então eles têm energia para queimar e nada para fazer", assinala. "O importante é que eles não fiquem entediados dentro de casa, porque aí os pais chegam do trabalho cansados e vão acabar gastando mais nas opções mais práticas, pedindo pizza no jantar e levando ao shopping".
O ideal é planejar antes os gastos de férias, mas também dá para diversificar as atividades dos filhos para não comprometer as finanças familiares além da conta, recomenda Silvia. "Tem uma vasta programação de férias que é de graça, então dá para fugir de despesas mais caras que não foram planejadas intercalando as opções de lazer", orienta a educadora financeira. "Ao mesmo tempo em que levam ao cinema e ao shopping, os pais podem incluir passeios que pesam menos no bolso, como andar de bicicleta no parque e tomar um sorvete".
Clique na imagem para ampliá-la.
 Inflação de férias: guloseimas e recreação mais caros

As Finanças do Casal

O início do casamento é uma etapa cheia de adaptações, pois implica numa série de responsabilidades que, normalmente, o casal não está acostumado a lidar. A principal delas é o controle das finanças que precisa ser realizada de maneira adequada para que os envolvidos não passem por apertos no orçamento.


Uma pesquisa desenvolvida pela Cerbasi & Associados com cerca de 800 internautas mostrou que um dos principais problemas entre os casais é a infidelidade financeira. De acordo com os dados, 41% das pessoas gastam dinheiro sem conhecimento do companheiro e 67% acham normal comprar coisas de alto valor sem comunicar.
No entanto, 30% preferem conversar sobre infidelidade financeira com um amigo do que com o parceiro. A dúvida que vem à cabeça é: por que esconder? Para o consultor financeiro Gustavo Cerbasi, responsável pela pesquisa e autor do livro "Os segredos dos casais inteligentes", os parceiros omitem informações financeiras para evitar brigas.
"A mentira é uma péssima alternativa para manter ou salvar uma relação. Brigas e acusações não são desejáveis, mas quando a infidelidade se torna hábito, tanto o relacionamento quanto as finanças podem ficar ameaçados quando o problema vier à tona", opina o consultor.
Ele afirma que o problema é igualmente grave quando se esconde da família dificuldades no trabalho, queda nos rendimentos, ameaças ao emprego e perda de comissões, pois os planos familiares dependem da estabilidade da renda. Contudo, além da mentira, o casal precisa evitar acusações nos diálogos sobre dinheiro. Para Gustavo, a questão financeira mexe com as emoções, pois é o meio para satisfazer nossas necessidades e vontades.
"Como necessidades e vontades são diferentes para cada pessoa, os planos do casal devem levar em consideração diferentes expectativas e dificuldades em domar os impulsos com disciplina", declara Cerbasi. "Um caminho bem mais interessante para domar a falta de disciplina e estancar decisões impulsivas seria definir usos para o dinheiro mais interessantes do que as compras por impulso", acrescenta.
Para evitar que desentendimentos por motivos de dinheiro ocorram entre o casal, é importante planejar a vida financeira antes de oficializar a união, conforme descreve Silvia Alambert, educadora financeira e fundadora da The Money Camp: "Expor de forma transparente a situação financeira de cada um antes do casamento evita conflitos e ajuda a construir um futuro com alicerces sólidos".
No caso de quem já é casado o primeiro passo para organizar as finanças é desenvolver um planejamento detalhado. "Ele servirá como uma bússola ao casal, para que possam visualizar se estão se aproximando ou se distanciando de suas metas", garante a educadora financeira. "Mantenha uma comunicação aberta e realize o planejamento junto com o parceiro para que sejam cúmplices na tomada das decisões" completa.
Vale destacar que a infidelidade financeira só acontece quando um dos dois deixa de comunicar ao outro os seus sonhos e passa a correr atrás deles sozinho. Aliás, a infidelidade financeira pode ser tão traumática quando a infidelidade sexual. "Tudo dependerá de como o parceiro que se sentiu traído lida com as questões da traição: há quem dê um novo voto de confiança e queira recomeçar e há quem acredite que traição é traição, perca a confiança para sempre e desista", considera Silvia.

Por isso, a educadora financeira declara que é necessário que o casal estabeleça uma relação de confiança no relacionamento e sempre converse sobre o futuro de ambos, crenças individuais, amor, religiosidade e dinheiro. "Na ausência do diálogo, esses fatores podem se tornar verdadeiros obstáculos quando uma das pessoas é emocionalmente insegura sobre os conceitos de criação de riqueza na própria vida", finalizou Silvia Alambert.

Por Stefane Braga (MBPress)

segunda-feira, 9 de julho de 2012

Por que Meninos e Meninas Brincam com Brinquedos Diferentes?

Imagem cedida por cortesia de Gerianne M. Alexander
ao blog http://www.psychologytoday.com/blog/the-scientific-fundamentalist
Que meninos e meninas investem seu dinheiro de forma diferente, isso nós já sabemos; que meninas ainda investem menos dinheiro do que os meninos no mercado financeiro, mas quando investem são mais cautelosas do que os meninos, isso nós também já sabemos.

Estudos e pesquisas reforçam a questão biológica como fator provável para que meninos e meninas escolham brinquedos diferentes na hora de brincar e este mesmo estudo, através de uma leitura atenta, poderá ser útil e servir como referência para entender que se as meninas ainda não estão em grande número investindo em ações, pode ser simplesmente porque acreditem de forma inconsciente que essa brincadeira meio arriscada é "brincadeira" de menino.

No entanto, saiba que até grandes investidores - como o próprio Warren Buffett - são esteriotipados como "meninos que investem como se fossem uma garota". Mais um sinal de que há muito o que aprender e a compartilhar entre ambos os sexos.

Vida longa e próspera.


Por que Meninos e Meninas Brincam com Brinquedos Diferentes?

Por que garotas preferem Barbies e por que meninos preferem carros?
por Satoshi Kanazawa in The Scientific Fundamentalist

Tradução livre: Silvia Alambert

No mundo inteiro, meninos e meninas preferem brincar com tipos diferentes de brinquedos. Os meninos gostam tipicamente de brincar com carros e caminhões, enquanto as meninas dão preferências às bonecas. Por que isto? Uma explicação tradicional sociológica é que meninos e meninas são socializados e encorajados por seus pais e pela “sociedade” a brincarem com tipos diferentes de brinquedos. As evidências científicas crescentes sugerem, porém, que as preferências por brinquedos de “meninos” e “meninas” podem ter origem biológicas.”

Em 2002, Gerianne M. Alexander da Texas A&M University e Melissa Hines da City University de Londres paralisaram o mundo científico ao mostrar que os macacos vervet (macaco verde) mostravam as mesmas preferências típicas por brinquedos de “meninos” e “meninas”, como o ser humano. Em um estudo incrivelmente criativo, publicado em Evolução e Comportamento Humano, Alexander e Hines ofereceram dois brinquedos considerados tipicamente brinquedos de menino (uma bola e um carro de polícia), dois brinquedos considerados tipicamente como sendo brinquedos de menina (uma boneca de pano e uma panela) e dois brinquedos considerados neutros (um livro de pintura e um cachorro de pelúcia) a 44 macacos verdes machos e 44 macacos verdes fêmeas. Alexander e Hines, então, avaliaram as preferências dos macacos por cada brinquedo, medindo o tempo em que os macacos (machos e fêmeas) despendiam com cada brinquedo. Os dados demonstraram que os macacos verdes machos demonstravam um interesse muito mais significante pelos brinquedos masculinos, enquanto as fêmeas demonstravam o mesmo interesse significante, porém, pelos brinquedos femininos, mas ambos os sexos não tinham preferências quando se tratava dos brinquedos neutros.

O artigo de Alexander e  Hines contém uma linda foto (reproduzida aqui por cortesia de  Gerianne M. Alexander) de um macaco vervet fêmea realizando uma inspeção nas partes genitais da boneca, a fim de determinar se é um macho ou uma fêmea - como faria uma menina – e de um macaco vervet macho empurrando o carro de polícia para trás e para a frente – como faria um menino. Se as preferências das crianças por brinquedos foram amplamente formadas pela socialização com relação ao gênero, como clamam muitos sociólogos tradicionais, e sob os quais os pais dão brinquedos a elas “apropriados ao gênero” masculino e feminino, como é que estes macacos vervet tem as mesmas preferências como os meninos e meninas? Eles nunca foram socializados por humanos e eles nunca viram estes brinquedos antes em suas vidas. Ainda assim, não apenas os macacos vervet machos e fêmeas demonstraram idêntica preferência pelos brinquedos por conta do gênero masculino e feminino, mas também brincaram com estes brinquedos da mesma forma que os meninos e as meninas brincam.

Tão formidavelmente criativo e espetacular foi este estudo inicial promovido por  Alexander e Hines, ele é a única literatura científica por enquanto. Todas as novas descobertas científicas deverão ser replicadas para assegurar que estes “achados” são verdadeiros e podem ser generalizados. Bem, foram seis anos até que as descobertas tenham sido agora replicadas.

Em outro artigo científico da Hormones & Behaviour, Janice M. Hassett, Erin R. Siebert e Kim Wallen, da Emory University, o experimento das preferências por brinquedos masculinos ou femininos foi replicado, só que desta vez entre os macacos rhesus, uma outra espécie de primata. Este novo estudo mostra que quando são dadas as escolhas entre “brinquedos sobre rodas”, esteriotipados como sendo brinquedos típicos masculinos (tais como carroças, caminhão e carro) e brinquedos de pelúcia considerados tipicamente femininos (tais como o Ursinho Pooh, um coala de pelúcia ou mesmo uma boneca de pano, como Raggedy Ann), os macacos rhesus machos demonstram forte e significante preferência por brinquedos masculinos. Os macacos rhesus fêmeas demonstram preferência por brinquedos de meninas, mas a diferença em suas preferências não é estatisticamente significante.

Não sabemos ao certo o por que das preferências das diferentes espécies de primatas machos optarem por brinquedos sobre rodas ou outros veículos e o por que das  diferentes espécies de primatas fêmeas optarem por brinquedos de pelúcia ou outras bonecas (exceto pela vaga semelhança a bebês, os quais as fêmeas ao longo da evolução são designadas a cuidar). Portanto, torna-se menos e menos provável que a concepção de que a “socialização do gênero” seja a razão pela qual meninos e meninas tenham preferências diferentes por tipos de brinquedos e mais e mais provavelmente que esteja ligada a questões genéticas, hormonais e outros fatores biológicos pelo o que se observou nas diferenças dos sexos com relação às preferências pelos brinquedos.

quinta-feira, 5 de julho de 2012

Como eu faço para investir na Bolsa?

Investir na Bolsa
Por Eli Borochovicius
A cada novo semestre recebo, em média, 180 novos alunos e percebo que, embora seja uma geração tecnológica, independente, autônoma e empreendedora, uma grande maioria sonha em entender o funcionamento da Bolsa de Valores, demonstra interesse em investir, mas é temerosa.
Quando ouço a pergunta “Como faço para investir na Bolsa?” costumo brincar respondendo que basta procurar pela sigla BVMF3. Aguardo alguns segundos pela reação de “não entendi nada” e passo então a explicar.
Em 2007, mais precisamente em 28 de agosto, a Bolsa de Valores deixou de ser uma sociedade sem fins lucrativos e passou a ser uma sociedade por ações, que passaram a ser negociadas na própria Bolsa em outubro do mesmo ano.
A reação então deixa de ser “não entendi nada” para “agora piorou, confundiu minha cabeça”. Como assim a Bolsa tem ações na Bolsa?
Antigamente a Bolsa de Valores era um espaço físico onde os corretores se juntavam para fazer ofertas de compra e venda de ações. De forma simplificada podemos dizer que, quando a gente quer comprar ou vender um carro podemos ir a uma loja de veículos. Mas, se quisermos comprar ou vender empresas, devemos ir à Bolsa. Então as pessoas se encontravam ali e negociavam as suas ações, como em uma grande feira livre.
Enquanto existiam poucas empresas no mercado e poucos investidores, estava indo tudo bem, mas a economia mudou, o mercado começou a crescer, as empresas foram surgindo e passaram a entender que poderiam crescer vendendo uma parte delas para pessoas físicas e jurídicas, de forma pulverizada.
É possível dizer que a empresa corre riscos menores com a tomada de recursos no mercado de capitais frente a empréstimos bancários. A devolução do valor investido se dá na forma de distribuição dos lucros e não de pagamento de juros. A partir daí, o acionista passa a ter direito de receber os lucros da empresa em que ele investiu.
É como se você optasse por investir em uma padaria. Aluga o imóvel, compra as máquinas financiadas pelo banco, as mercadorias, contrata os profissionais e a padaria passa a funcionar. No final do mês, paga o aluguel, a prestação das máquinas, os fornecedores, os salários e o que sobrar (lucro) é seu.
Isto significa que, quando você compra uma ação pela primeira vez, está investindo no negócio, pois a empresa captou os recursos para funcionar. Existem outros motivos para uma empresa captar recursos no mercado de capitais, como por exemplo, a reestruturação de passivos, a imagem institucional e os arranjos societários. Mas vamos nos ater, especificamente, no objetivo de crescimento e desenvolvimento da empresa.
Pois bem, supondo que não queira mais ficar com a padaria, você pode vendê-la. O que não significa que a padaria ganhou mais dinheiro, apenas trocou de sócio. Agora quem vai receber os lucros no final do mês é o novo sócio e não mais você.
Na Bolsa de Valores é assim que funciona, mas tem muita gente querendo comprar e vender a padaria. Desta forma, surgiram os intermediários, que costumamos chamar de especuladores. São pessoas que percebem que tem muita gente querendo vender a padaria e a compram por um preço baixo. Esperam a padaria fazer um pãozinho diferente e se destacar no mercado, e a revendem por um preço mais alto. É verdade que existem estratégias diferenciadas, mas deixemos para outro momento.
Percebe como estas pessoas são importantes? Elas compram e vendem o tempo todo. O que significa que, no dia em que você quiser vender a empresa, terá muita gente querendo comprar e vice-versa. A isso damos o nome de liquidez. Quanto mais fácil for vender a empresa, maior é a liquidez. Por este motivo dizemos que a especulação é importante, ela dá liquidez para o mercado.
O bacana disso tudo é que as ofertas de compra e de venda não são feitas ”na surdina”. São feitas publicamente, ou seja, todo mundo sabe qual a melhor oferta de venda e a melhor de compra.
Para que você tenha a ação de uma empresa e seja reconhecido como acionista, com direito a receber os lucros, o seu nome deveria constar no livro da empresa. Mas, devido ao avanço tecnológico, no livro da empresa consta que as ações estão sob responsabilidade da Bolsa. Isto significa que, quando você compra uma ação, está comprando da Bolsa e, quando vende, está vendendo para a Bolsa. A isto, damos o nome de contraparte. A Bolsa entende que, quando você dá uma ordem de compra, ela deve pegar o seu dinheiro em um primeiro momento, pegar a ação do vendedor em um segundo momento e fazer um cruzamento, entregando o dinheiro para o vendedor e as ações para você.
Mas, já pensou se alguma coisa dá errado? Imagine se você não tiver o dinheiro ou se o vendedor não tiver a ação? Como a Bolsa é contraparte, ela que se responsabiliza pela negociação.
Com isso é possível entender que a Bolsa de Valores é uma prestadora de serviços e, para tanto, uma empresa como qualquer outra. Ela presta serviços, recebe por eles, paga seus funcionários e apresenta um resultado.
Pois bem, se ela é uma empresa, pode também ser uma sociedade anônima e de capital aberto. Isto significa que, investir na Bolsa, é comprar ações da empresa prestadora de serviços cuja sigla é BVMF3.
É por isso que brinco com os alunos quando perguntam o que fazer para investir na Bolsa. Explico que a pergunta deveria ser “Como fazer para investir nas empresas listadas em Bolsa?”.