sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Meus pais, meus heróis



Nós pais, ensinamos nossos filhos a criarem hábitos.

Nós os ensinamos a escovar os dentes, ensinamos a se alimentarem sozinhos, ensinamos a arrumar a mala para ir à escola, ensinamos que cuidem de si próprios e também os ensinamos a criarem determinados hábitos com o dinheiro.

Temos que passar anos da vida deles lhes ensinando coisas através do exemplo e da repetição, até que o hábito tome lugar e seja compreendido de forma natural.

Sempre realizamos estas tarefas com persistência ao longo da vida deles, por acreditarmos que com esses hábitos desenvolvidos estaremos fazendo com que nossos filhos alcancem objetivos que serão saudáveis para suas vidas: saúde bucal, cuidado consigo próprio, organização de vida e ...finanças.

Nós pais, somos os primeiros modelos na vida de nossos filhos.

À medida que vamos ensinando nossos filhos, eles passam a observar se fazemos aquilo que propomos a eles.

Quem nunca ouviu a célebre pergunta: " Por que você diz para eu ir dormir cedo, se você fica acordado?"

As crianças não querem ter dúvidas de que estão seguindo de forma correta o modelo que lhes é mais precioso: seus pais.

Fazer com que os ensinamentos se transformem em bons hábitos sem que haja questionamento por parte das crianças com relação às coisas que parecem tão indagáveis, não é nem tão fácil e nem tão simples quanto parece ser.

Imagine quando se trata de educar crianças financeiramente...

Da mesma forma que os ensinamos a escovar os dentes e vamos lá nos certificar de que realmente o fizeram, também é assim que devemos proceder com a educação financeira de nossos filhos.

Se você disser, por exemplo: "Poupe parte de sua mesada para adquirir bens maiores", você terá que verificar se sua criança realmente está aplicando isto na prática.

As crianças aprendem por observação e por repetição e devem ser orientadas para que este ato de poupar - ou qualquer outro que queiramos transmitir a elas - se transforme em um bom hábito, realizado de forma natural.

Procure observar qual o modelo e hábitos financeiros que você tem apresentado aos seus filhos.
Se quer educar seu filho financeiramente e não sabe por onde começar, poderemos ajudá-los nesta empreitada.

Quem ama, também educa financeiramente.


sábado, 22 de agosto de 2009

Educar para a vida!

Confesso que somente depois de haver me envolvido profissionalmente com a educação financeira para crianças é que fui perceber o quanto esse conhecimento é importante para nossos filhos. Ensinamos-lhes sobre tudo, exceto a lidar com o dinheiro. Ocorre que este é parte inexorável da nossa vida, quer gostemos dessa realidade ou não. Não traz felicidade, como diz o velho ditado, mas é um instrumento do qual não podemos prescindir. A primeira lição que se pode extrair disso é que, sendo o manejo do dinheiro algo inevitável, é claro que deve ser uma habilidade dominada!
O que há para saber sobre o dinheiro? Muito além do que apenas aprender a economizar! É preciso também desenvolver competências e compreender como ganhar e investir dinheiro. Em geral, não dizemos aos nossos filhos, em uma linguagem clara, o que significa investir em ações na bolsa de valores. Do mesmo modo, não lhes transmitimos os bons hábitos financeiros de guardar e investir. E por que não o fazemos? Porque nossos pais também não ensinavam!
Além disso, é necessário desmistificar crenças negativas que prejudicam nossa forma de pensar a conquista de riqueza material. Com efeito, se entendermos que o dinheiro pode ser determinante para que tenhamos a vida que queremos, para alcançarmos nossos projetos de vida, é assim que merece ser visto!
E as crianças merecem ter acesso a toda essa informação! O fato é que, sem esta, correm o risco de tornarem-se excelentes médicos, empresários, professores, psicólogos, músicos etc, porém pessoas com dificuldades de controlar o orçamento pessoal e conquistar uma aposentadoria financeiramente tranqüila.
Mas o que mais gosto ao pensar na educação financeira de uma criança é a possibilidade de ajudar a formar cidadãos úteis à sociedade, preparados para serem agentes ativos do desenvolvimento sustentável do planeta. É que a boa formação financeira implica necessariamente na transmissão dos valores da cooperação e da doação, pois o mundo que queremos é um lugar em que todos possam viver, usufruindo os mesmos direitos.

Por tudo isso, entendo, junto com Sílvia Alambert, que "a educação financeira é muito mais do que somente ensinar a lidar com o dinheiro". Vejo que assim se educa a criança para a vida, diante das exigências da sociedade contemporãnea.


terça-feira, 18 de agosto de 2009

Conviver ou Morar


Compartilho com vocês esta matéria que saiu no Diário do Nordeste e que julguei muito pertinente aos assuntos que abordamos neste blog.
É um tema para reflexão e que nos ajuda - enquanto pais zelosos que somos - a perceber os sinais que nossos filhos nos mandam, mas que na correria do dia a dia acabamos prestando pouca atenção.
Aproveito e deixo uma indicação de leitura muito bacana que segue nesta mesma linha e que se chama " O que as Crianças Realmente Querem que o Dinheiro não Compra", de autoria de Betsy Taylor - editora Sextante.

Leia, reflita e partilhe sentimentos, caso deseje.

Boa leitura.

"Nunca o verbo ter esteve tão em evidência entre nossas crianças e adolescentes como nos tempos de hoje. É quase vital para elas ter um celular, ter um mp3, 4 ou 5..., ter um computador com orkut, msn e e-mail, ter uma TV, ter um dvd, ter jogos eletrônicos, ter um iPod, ter uma câmera digital, e tudo isso monopolizado de preferência em seus quartos acompanhado do quesito “última geração”.
Nunca os pais tiveram que trabalhar tanto para suprir essas necessidades.
Se antes a preocupação fundamental dos pais era comida na mesa e educação, hoje eles se desdobram para suprir tais necessidades e ainda acompanhar essas exigências do mundo moderno no qual nossos filhos vêm se tornando escravos desse consumismo desumano, egoísta e enclausurador.
Digo desumano porque não se mede a condição financeira; é quase obrigatório ter para fazer parte da “turma”. É egoísta porque não se adota a política de compartilhar, cada um tem que ter o seu e de preferência trancafiados em seu quarto, perdendo horas de suas vidas de frente para telas em um ambiente de clausura e individualismo.
É bem verdade que precisamos trabalhar bem mais que antes e, para compensar nossa ausência diante de nossos filhos, tentamos preencher seus anseios presenteando-os com essa parafernália eletrônica, na qual está tornando nossas crianças adultos frios, calculistas, privados de emoções reais como o toque, o choro, o riso.
Alguém já parou para pensar que nada que distrai nossas crianças hoje oferece a elas emoções reais?Que tipo de adultos estamos formando? Humanos desumanos? Máquinas? Aonde essa criação robótica vai nos levar?Isso é tão sério que, se você, pai ou mãe, se enquadra no perfil “pai moderno, presentes modernos, filhos modernos”, será bem difícil sair deste hemisfério e ir para um outro mais humanizado entre pais e filhos, do tipo: um passeio à beira-mar, um bate-papo familiar, a contemplação de um entardecer, um joguinho de bola, uma piada, um sorriso, um abraço e até mesmo uma lágrima.
A proposta é conviver, tocar, externar, tirar nossos filhos de seus quartos e levá-los para sala. Provavelmente sua criança ou adolescente achará, a princípio, sua proposta um tédio, e não espere que ela o (a) incentive para trabalhar essa questão.
Não podemos simplesmente deletar os hábitos já adquiridos por nossos filhos, mas podemos tentar configurar tais costumes.
Segundo o escritor Augusto Cury, é aí que mora a diferença entre um “Bom Pai” e um“Pai Fascinante”. O bom pai cuida de seus filhos, a fim de suprir suas necessidades e sempre os presenteia. O pai fascinante, quando pode, presenteia, mas sempre o maior presente é sua própria pessoa, atendendo as necessidades de seus filhos com o convívio, o toque, a conversação, o riso. Contam histórias, ninam suas crianças para dormir, ao invés de deixá-las na internet madrugada a dentro até deitarem exauridas de sono, com suas mentes vazias, com o coração frio sem a presença dos pais, sem o beijo de boa noite, sem o aconchego do cobertor e a conversa ao pé do ouvido.
Deixo este texto afim de que você pai ou mãe faça uma reflexão: Você convive com seus filhos ou apenas mora com eles?"

JULIANA GOMES DOURADO* Pedagoga

domingo, 9 de agosto de 2009

O Diário do Meu Dinheiro

Foto de propriedade da The Money Camp Brasil
Todos os direitos reservados

Já transmiti os conceitos sobre como introduzir a mesada como ferramenta de educação financeira ao seus filhos.

Uma vez inseridos os conceitos e colocados em prática, é hora de começar a mostrar às suas crianças que o dinheiro não somente serve para adquirir coisas que queremos agora(já que às vezes, há coisas que queremos agora e o dinheiro que temos não alcança o valor), mas que podemos planejar para ter estas coisas que custam mais...depois e que para isso, devemos poupar e não sair gastando tudo de uma só vez.
Mostre às suas crianças que, normalmente, as coisas que queremos agora são os nossos desejos imediatos e - como tudo o que temos vontade - se esperarmos um pouquinho e nos distrairmos com outras coisas, esta vontade passa e aí a gente percebe que não era um graaaanndddeeee desejo.

Nossos maiores sonhos - ou desejos muito fortes - estão normalmente naquelas coisas que custam muito mais dinheiro e que devemos poupar para alcançá-los.
Deixe de lado termos como crediário ou sobre uso do limite bancário ou sobre parcelamento em cartão de crédito ou uso do cartão múltiplo - principalmente se suas crianças não tem idade para compreender como isto funciona ou se não mencionarem isto - porque você entrará em um campo minado da educação financeira.

Lembre-se de um dos mais importantes princípios da educação financeira: "Se você não tem dinheiro para comprar à vista é porque você não tem dinheiro para comprar de jeito nenhum."
:-)
Explique aos seus filhos que para os sonhos maiores devemos planejar, economizar e poupar para que consigamos juntar a quantia equivalente ao valor daquilo que se quer.
Para que eles possam compreender este mecanismo, nada melhor do que a planilha.

Obviamente, com as crianças menores não é necessário você criar uma planilha no Excel para demonstrar os gastos que elas tem tido.

Com algo simples, você fará com que elas vejam para onde está indo o dinheiro da mesada e quanto elas deverão poupar para alcançarem sonhos maiores.
Abaixo, deixo um modelo simples do que pode ser a planilha inicial a ser adotada com seus filhos e que pode ser feito até em um caderno, o qual você deverá torná-lo especial, com um toque personalizado.

Nós o chamamos de "Diário do Meu Dinheiro".
Iniciando com o diário, você criará nas crianças o hábito de lançarem seus ganhos, suas despesas e eventuais recebimentos extras, (dinheiro extra mesada que poderá vir de tios, avós, presente de aniversário, etc), visualizá-los e apontarem onde estão os seus maiores gastos (exemplo, balas, figurinhas, album, games, em fim...) e começarem a poupar para alcançar coisas maiores, tais como patins, bicicleta, DS, Wii ou tudo o que desejarem na vida, mas, lembre-se, chama-se DIÁRIO, então, deve ser preenchido diariamente.
DIÁRIO DO DINHEIRO DA(O) (NOME DE SUA CRIANÇA)


Data /Entrada de $(+) /De onde veio /Saída de $ (-) /Pra onde foi /Saldo /Meu objetivo/ $



Aproveite para fazer o seu, também.

Assim, além de transmitir conteúdo de educação financeira, você compartilhará um momento especial com suas crianças.
Compartilhe esta idéia.
O futuro de seu filho agradece.

Abraços.