segunda-feira, 26 de março de 2012

Entre lebres, coelhos e ovos de Páscoa


“A diferença de preços entre o chocolate em barra e o ovo de Páscoa é o couvert artístico do coelho, que bota o ovo daquele tamanho sem amassar o chocolate.” (frase de Edgar Zinho retirada do FB)  
Lá vem a Páscoa novamente e com ela a “passarela dos Ovos de Páscoa” é montada com embalagens lindíssimas, brinquedinhos de toda ordem e com preços de tirar o fôlego até mesmo dos mais aficionados por chocolate.
Todo ano é a mesma coisa e não é hábito da maioria das famílias se planejar financeiramente para alguns eventos ao longo do ano e no caso da Páscoa não é diferente.
Presentear as pessoas com ovos cozidos decorados com desenhos e pinturas pode parecer estranho, presentear com chocolate em barra na Páscoa, parece que não tem graça, mas também não tem a menor graça se endividar para comprar ovos de Páscoa. 
O que fazer então?

A Páscoa é uma festividade que tem três significados: Páscoa Cristã (Ressureição de Cristo), Páscoa Judaica (celebra o fim da escravidão dos hebreus no Egito) e a Festividade Pagã (celebra a chegada da primavera, a aurora, a vida nova)
"De fato, para entender o significado da Páscoa cristã atual, é necessário voltar para a Idade Média e lembrar os antigos povos pagãos europeus que, nesta época do ano, homenageavam Ostera, ou Esther – em inglês, Easter quer dizer Páscoa. Ostera (ou Ostara) é a deusa da Primavera, que segura um ovo em sua mão e observa uma lebre, símbolo da fertilidade, pulando alegremente em redor de seus pés nus. A deusa e o ovo que carrega são símbolos da chegada de uma nova vida." (Fonte: wikipedia )
Como se vê, a intenção do ovo é boa, mas o propósito dele é que se emaranhou com outros interesses.

A nós, pais, resta a tarefa de explicar o verdadeiro significado da Páscoa aos nossos filhos. Caso contrário, eles somente entenderão que Páscoa é um dia para se ganhar ovos de chocolate.
egadinhas de coelho com farinha, "isso não tem preço". Na Páscoa chocolate tem que ser em formato de ovos mesmo.
Porém, às crianças maiores, deem-lhes a oportunidade de escolher, tomando este caso - ao acaso, para ver o que elas preferem: a) duas barras dessas e mais R$ 10 ou b) esse ovo? Se a escolha for pela primeira opção, além do seu filho/a ganhar o dobro de chocolate e mais R$ 10; de você economizar R$ 5, você terá, ainda, a satisfação de saber que essa doce lição de educação financeira adoçará as finanças de seus filhos para o resto de suas vidas. Isso não faz parte do nosso papel de pais? Boa Páscoa a todos! comprar ovos de todos os tamanhos, se torna uma daquelas coisas que não tem preço
Da tradição pascal ficou também a brincadeira de esconder os ovos para que sejam encontrados e, de qualquer forma, quem tem filhos ainda muito pequenos sabe o que é o prazer de comprar ovos de todos os tamanhos só para ver a alegria nos olhos dos pequeninos ao encontrarem os ovos. Realmente,  uma coisa gostosa e divertida de se ver. Para essas doces aventuras, procure os grandes distribuidores*. Eles sempre tem preços mais atraentes e opções para que o coelho não passe em branco.
Já quando os filhos crescem e sabem que o coelho da Páscoa não existe (sim, eles adoram declarar que descobriram o segredo do coelho!) é chegada a hora de conversar com eles, em algum tempo, sobre as escolhas que devemos realizar em alguns momentos e ao longo da vida e mostrar a eles que o valor em dinheiro de um único ovo de Páscoa pode render muito mais.
Daí para frente, compare juntamente com sua criança os preços entre um ovo de Páscoa e dois chocolates em barra, por exemplo, mostrando a ela que poderá ter muito mais chocolate, gastando menos dinheiro e ainda poderá aproveitar a economia gerada e continuar poupando para conquistar outros desejos em breve.

Lembre-se que não se trata apenas da questão do preço do ovo em si e se, ainda assim, a criança preferir o ovo, não é necessário criar uma situação por conta disso, mas apenas continuar seguindo com os ensinamentos para que ela entenda que  o resultado da  nossa vida futura, pessoal e financeira, é igual ao resultado da soma de nossas escolhas ao longo de nosso crescimento.  

Se a situação financeira estiver fortemente comprometida, o ideal é ser honesto e transparente: os muito pequenos não entendem muito bem a diferença entre ganhar um chocolate em um formato diferente em um dia especial ou em algum outro dia, já os maiores devem começar a entender que às vezes a mágica pode não acontecer, em virtude de outras realizações conquistadas pela família ou mesmo por uma situação financeira delicada naquele momento ( é o mesmo caso do filho que espera fazer 18 anos e receber um carro de presente: talvez o Banco do Papai não tenha se preparado com antecedência para a mágica acontecer...e??). Pode ser meio frustrante para a criança e constrangedor aos pais, mas todos superarão o momento.
Parcelar ovos de Páscoa em 3, 6 ou 8 vezes me parece ser bem mais constrangedor.

A educação financeira de crianças e jovens não se faz do dia para a noite e é um processo contínuo onde oportunidades como estas devem ser aproveitadas para a transmissão do conhecimento, pois da mesma forma que as pegadinhas foram descobertas, mais à frente,  as crianças compreenderão que os verdadeiros coelhos da Páscoa também foram bons orientadores financeiros e lhes presentearam com os ensinamentos necessários para que crescessem seguras e deixassem pegadas históricas na construção de suas finanças pessoais.


FELIZ RENASCIMENTO!

(*) Alguns sites e endereços de Distribuidores de doces e chocolates em SP e grande SP.

http://www.chocolandia.com.br/
http://www.manosdoces.com.br/
http://www.docesvaz.com.br/

Irmãos Tateno e Cia Av Jabaquara, 322 - Sao Paulo - SP - CEP 04046000 - Bairro: Mirandópolis - Tel.: (11) 2276-1344

segunda-feira, 19 de março de 2012

Você adora barcos ou adora a ideia do barco?

Intermarine 740 Full

Mais uma indicação de filme com mensagem de educação financeira. " Armações do Amor" (Failure to Launch, 2006. Romance, comédia.
Sinopse: Tripp (Matthew McConaughey) é um homem de 35 anos que ainda não deixou a casa dos pais. Desesperados, seus pais decidem contratar Paula (Sarah Jessica Parker), uma mulher bela e talentosa, para convencê-lo a sair de casa.

Daí já é bem previsível o que acontece: um filme sobre pais, amor, relacionamentos, família, filhos, mas o legal mesmo são as muitas mensagens sobre educação financeira ao longo do filme.

Só para intrigar:
" Adoro barcos."
" Não adora, não. Você adora a ideia do barco. Além do mais, ter um barco é desperdício de tempo, dinheiro e emoções. E, no final, vai partir seu coração."

Quem tem ou já teve um há de concordar que a ideia do barco é realmente fascinante: sensação de liberdade, aventura, descobertas de locais paradisíacos, lugares particulares, mas esse é um dos brinquedinhos que consomem muita grana, principalmente quando se leva em consideração o tempo em que o proprietário normalmente tem disponível (?) para poder aproveitar a brincadeira.

Ao investir seu dinheiro em "coisas" que te trazem mais dinheiro, você estará investindo em um ATIVO. Caso contrário, ou seja, se você investe seu dinheiro em "coisas" que perdem valor ao longo do tempo ou que fazem com que você tenha que colocar mais dinheiro do seu próprio bolso (renda ativa = você trabalhando por dinheiro) nelas, chuta porque é DÍVIDA!

Caso o desejo seja apenas o de curtir alguns bons momentos em alguns determinados períodos, considere a locação como uma opção, ao invés da compra e mesmo se o desejo for a compra, faça uma locação para você ter certeza de que o caminho é realmente a compra, converse com quem já tem ou teve um barco e avalie as vantagens e desvantagens.


Navegar é preciso, mas lançar-se em alto mar sem o devido conhecimento, certamente é querer correr o risco de se tornar um náufrago.

Lembre-se: Ativos te alimentam. Dívidas te engolem.

 
Ao seu sucesso financeiro.


sábado, 17 de março de 2012

Qual é a nota do seu boletim financeiro?

"A dívida — pública e privada — está aqui para ficar. Ela exerce um papel essencial no processo econômico... O que é necessário não é a abolição da dívida, mas um uso prudente e um gerenciamento inteligente."
E houve um tempo em que o sustento do homem vinha da terra. Faz tempo.
Hoje, parece que tudo o que o homem precisa é de alguns cartões de crédito ou do limite do cheque especial, de preferência com limites estratosféricos, a fim de prover suas necessidades e desejos.
E é incrível como os olhos das pessoas brilham quando elas pensam em cartões com crédito ilimitado para compras. Os olhos parecem aquelas caixas registradoras que não param de mostrar cifrões e, se fosse possível ver aqueles balõezinhos de histórias em quadrinhos, daria para ver claramente os objetos, sonhos de consumo, voando pelas suas mentes.
Juros sempre representarão o “aluguel” que você terá que pagar por tomar algum dinheiro emprestado e todos bem sabem (ou deveriam saber) que o “aluguel” a ser pago por essas modalidades de crédito são caras.
Portanto, se você escolher por parcelar suas compras...pronto, pode contar que os juros já estão lá embutidos nas suas parcelinhas e se você, por algum momento, se enrolar com suas contas e deixar de pagar uma única parcelinha ou pagar apenas parte dela... pronto, você será cobrado de novo com um outro “aluguel” inclusive sobre o “aluguel” que já estava embutido nas parcelinhas.  
Acontece, porém, que por mais que muitas pessoas já saibam sobre isso, existe um outro fator chamado “dissonância cognitiva” que faz com que as pessoas simplesmente apaguem a “parte chata” e só fiquem com a parte que lhes dá prazer: TER coisas.
Dissonância cognitiva é um termo da psicologia social que se refere ao conflito entre duas idéias, crenças ou opiniões incompatíveis. Como esse conflito geralmente é desconfortável, as pessoas procuram acrescentar "elementos de consonância" (que lhes seja favorável), mudar uma das crenças, ou as duas, para torna-las mais compatíveis. No caso do consumidor sedento por ter coisas imediatamente são aquelas vozes que falam no ouvido e tomam conta da mente enquanto a pessoa entra em uma loja, supermercado ou simplesmente olha uma vitrine: “ Não faça essa compra agora. Espere mais um pouco porque agora não dá”, mas a outra voz arruma algum motivo favorável (elemento de consonância) para que a pessoa convença a ela mesma que “Sim. Você pode comprar agora porque no mês que vem você pagará a última parcela de tal compra e poderá deixar de sair alguns dias, então, você PODE.”
Além do mais, a maioria das pessoas se esquece de que o valor do dinheiro delas enquanto as parcelinhas vão sendo pagas vai se tornando diferente do valor do dinheiro delas quando começaram a pagar as primeiras parcelas (sim, o valor do dinheiro no ano que vem é diferente do valor do dinheiro de hoje. Oops! Não te contaram?), então, estas pessoas só se preocupam com as coisas quando já estão acontecendo na frente de seu nariz e é só neste ponto que muitas delas se pegam jurando que nunca mais repetirão o erro, mas por não entenderem muito bem como é o mecanismo do negócio acabam fazendo o mesmo círculo de novo.
Por estes motivos listados acima, ou seja, a falta de educação e organização financeira, a dissonância cognitiva e a despreocupação sobre quanto aquilo que está comprando parcelado irá lhe custar no futuro, é que as pessoas se perdem com seus cartões de crédito, seus limites bancários e passam a se sentir pressionadas como se estivessem vivendo em um estilo de vida superior à sua realidade financeira, ou seja, passam a viver em um estilo de vida que não cabe em seus bolsos.
É importante lembrar que limite de cartão de crédito e limite de cheque especial não é dinheiro seu: você está tomando emprestado e prometendo que irá pagar no vencimento e se não honrar o pagamento ou pagar o mínimo, lembre-se que o “aluguel” é alto e poderá te dar dor de cabeça depois.
Além do mais, se uma pessoa está tomando dinheiro emprestado dos outros (administradoras, bancos) é porque ela não tem dinheiro para realizar aquela compra naquele momento. Se tivesse, pagaria à vista, com o SEU próprio dinheiro.
Será que não seria a hora de realizar um plano de economias e gastos?

Ao seu sucesso financeiro.


http://maalves-consumidor.blogspot.com.br/2012/03/paulistano-com-renda-acima-de-10.html

http://www.alagoas24horas.com.br/conteudo/?vEditoria=Economia&vCod=121475

sábado, 10 de março de 2012

5 Fatores que levam às dívidas



Conheça 5 fatores que levam às dívidas

Leia os motivos apontados por especialistas e evite cair na armadilha da falta de planejamento financeiro

Publicada em 05/03/2012 às 20:06 - São Paulo - Redação InfoMoney

Dívidas, dívidas e mais dívidas. As pendências financeiras mensais, como parcelas do cartão de crédito e pagamentos dos financiamentos, estão entre os principais problemas dos consumidores quando o assunto é orçamento. A grande questão é: por que as pessoas contraem tantas dívidas?

Dados da Confederação Nacional do Comércio mostram que, em fevereiro deste ano, de todos os endividados brasileiros, mais de 70% tinham dívidas no cartão de crédito e outros 20% tinham dívidas no carnê. Confira alguns motivos indicados por especialistas para se endividar:

1 - Razão versus emoção - os educadores explicam que a emoção é o principal problema que leva as pessoas a consumirem irresponsavelmente e, como consequência, acumularem mais e mais dívidas. “Na maioria das vezes, as decisões que tomamos são emocionais e não racionais. A gente usa a razão apenas depois, quando tentamos justificar o porquê de tomarmos tais decisões”, analisa Valter Police.

A lógica é simples: tomada pelo desejo de adquirir certo bem, boa parte dos consumidores simplesmente não espera até ter dinheiro suficiente e acaba parcelando no cartão, sem ponderar o quanto aquelas parcelas vão comprometer sua renda futura.

2 - Falta de planejamento - o problema se torna ainda mais grave sem planejamento financeiro, ou seja, sem ter claro tudo o que vai entrar e tudo que vai sair ao final do mês. A educadora financeira, Silvia Alambert, diz que esse processo deve se tornar um hábito.

“Num primeiro momento vai ser difícil mudar o comportamento em relação ao dinheiro, mas depois fica mais fácil”, avalia.

3 - A instabilidade futura – outro fator que colabora para o acúmulo de dívidas e decorre da falta de planejamento é a instabilidade futura. Se hoje você está empregado e a economia está aquecida, amanhã o País pode entrar em uma forte crise e você se juntar ao grupo dos desempregados.

Com um planejamento financeiro, o consumidor deve poupar para enfrentar momentos de crise, explica a educadora financeira. Além dos altos e baixos da economia, vários imprevistos podem acontecer, como um problema grave de saúde, um conserto mais caro do carro. São imprevistos que levam a pessoa a recorrer ao crédito mais caro, já que não possui reserva financeira própria para lidar com isso.

4 - Vivendo fora da realidade - outro fator que estimula dívidas é querer viver fora da sua realidade financeira. Isso acontece por diversos motivos. Jovens, por exemplo, ao estudarem em escolas em que o perfil médio é de uma classe social acima da deles, acabaram querendo se encaixar nesse perfil e vão afundando nas dívidas.

Na prática, ele vai tentar se igualar comprando produtos com o dinheiro que não tem, ou seja, parcelando. O problema é que isso se torna impossível de sustentar a longo prazo, explica o educador.

Adultos também têm esse tipo de comportamento, financiando carros com valores que não fazem parte da sua realidade financeira ou mesmo comprando imóveis acima do seu padrão de vida.

5 - Crédito fácil - se os consumidores só quisessem comprar, mas fossem limitados por conta da falta de crédito, a situação talvez não fosse tão preocupante. O problema é que bancos e instituições financeiras cada vez mais facilitam a concessão, oferecendo até opções pré-aprovadas com juros altos no cartão de crédito.

Toda essa facilidade em obter crédito, somada ao comportamento irresponsável e à falta de planejamento financeiro, inevitavelmente leva às dívidas.