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Autor: Gilberto Wiesel
O mercado de trabalho necessita de nós. Refiro-me a todos aqueles que são pais.
O papel de pai pode despertar em nós um verdadeiro líder ou revelar um opressor. Isso porque os filhos sofrem nossa influência e serão reflexo daquilo que ensinamos, ou daquilo que anulamos.
No futuro, quando estiverem crescidos, às vezes, exigimos deles atitudes que não fomos capazes de oferecer. Nós os empurramos para o mercado de trabalho, sabendo inconscientemente que eles estão despreparados e longe do que havíamos idealizado, mas mesmo assim, insistimos que o mercado os absorva e os encaminhe para dias melhores.
Onde excluímos nossos filhos?
O que incutimos neles?
Em quem e no que acreditam?
Somos pessoas dotadas de inteligência, muitas vezes, de uma inteligência construída por anos de estudos, especializações importantes, viagens pelo mundo, enfim, pais com uma cultura capaz de libertar o mais aprisionado ser humano. E o que fazemos aos nossos filhos? Gritamos em silêncio:
Você não é capaz de…
Você não pode…
Isso não é para você…
Fulano é melhor que…
Não somos capazes de promover a independência deles, pois tememos que:
A nossa solidão ficaria insuportável.
A razão de ser e existir são nossos filhos, e, portanto devemos prendê-los perto de nós.
O amor verdadeiro é manifestado mediante a superproteção.
Por isso, quanto mais pudermos evitar que o filho sofra, melhor.
Assim, amamos os nossos príncipes e princesas, para que amanhã comandem seus castelos ilusórios. Então, pais e filhos, conhecem de perto a frustração.
Sabe-se que o mercado não perdoa, somente contratará àqueles que aprenderam, desde cedo, a importância e a utilidade das suas asas.
Pais, colegas de jornada e amigos, vamos embarcar nossos filhos para viajem pelo cenário mundial e, de tempos em tempos, vamos reafirmar-lhes o nosso amor e a nossa confiança no seu instinto, assim, sua viagem resultará em emoções que não poderemos lhes contar, já que terão de ser experimentadas. É preciso que eles tenham a certeza de que estejam onde estiverem, sempre estaremos esperando e, principalmente, guardando o seu lugar.
Em consonância com o exposto, ressaltamos que não estamos falando de desprendimento, mas de amor porque o amor não sufoca, promove independência;
O amor não abafa, ele amplia nossos limites, traz novidades ao cotidiano, reforça nossa bagagem cultural, dá parâmetros para comparações e auxilia nossos filhos a se prepararem para o amanhã. Se não pudermos estar com eles no futuro, pelo menos estaremos neles. Afinal, o papel de um pai é auxiliar o filho a se expandir para que o filho siga em frente e conquiste a plenitude!