sexta-feira, 28 de maio de 2010

Você é um pessoa à frente de seu tempo?

Eu costumo dizer que parece que nós não nos damos conta de quão rápido o tempo passa e o quanto não nos "preparamos" para encarar o tempo que voa à nossa frente.

Não entendemos direito o que significa " estar à frente" do tempo, de olhar para o futuro no presente e nos imaginarmos lá.

Não temos muita preocupação em pensar no futuro e não conseguimos observar como tudo à nossa volta muda rapidamente: a tecnologia, a ciência, os desenhos, os filmes, as cidades, o comportamento das pessoas, as crianças (!!!)..tudo, absolutamente, tudo muda com o tempo e é incrível como não percebemos e, na maioria das vezes, nem sabemos lidar com tantas mudanças.

Outro dia, uma jovem de 26 anos que passou por um de nossos cursos declarou que iniciou um investimento em Previdência para garantir sua aposentadoria. Incentivando seu irmão mais jovem, já em vida produtiva, a realizar o mesmo, expondo os benefícios de iniciar cedo, ouviu-o dizer que isso era coisa de gente com mais idade (infelizmente, ele não recebeu o mesmo conhecimento financeiro). Por que? Porque deve acreditar que esse tipo de coisa é preocupação de gente " mais velha".

Realmente, as pessoas tem pouca percepção com relação ao tempo.

Luiza Brunet, em entrevista ao jornal " Extra", confirma esta teoria quando assume que não se vê como uma senhora de 48 anos: "Outro dia vi uma entrevista minha no Youtube para a Hebe Camargo. Eu tinha uns 20 e poucos anos e ela me perguntou o que eu achava que estaria fazendo quando tivesse uns 40. Eu respondi que estaria em casa, seria uma senhora, com meus netos. A minha projeção ultrapassou todos os limites e me deu a possibilidade de estar muito bem hoje em dia. Ainda não sou uma senhora cuidando dos netos. E eu não me vejo com esta idade toda".

Realmente, hoje com 48 anos uma mulher ainda não é considerada uma senhora, mas uma "jovem senhora". Talvez fosse na época de nossas avós ou bisavós.

Tudo muda tão rápido, que o que era considerado "balzaquiano" ontem, hoje é " jovem".

Não há problema algum com relação às mudanças, elas acontecem naturalmente conforme o homem evolui, mas o que realmente é intrigante é a forma como as pessoas deixam de projetar sua vida, inclusive, como Luíza Brunet mesma coloca, a de ver além da visão modelada que estamos acostumados a ver : " A minha projeção ultrapassou todos os limites e me deu a possibilidade de estar muito bem hoje em dia."
É provável que a colocação de se ver como uma senhora aos 40 anos tenha vindo dos modelos daquela época em que mulheres de 40 anos eram avós - já que nossas mães se casavam mais cedo - e cuidavam da casa, dos netos, em fim.

Novamente, levo ao questionamento sobre tudo que fazemos em nossa vida com base em modelos educacionais ultrapassados e que já não servem mais, já que os tempos são outros, as pessoas mudaram, os comportamentos mudaram, ( até a economia mudou) mas e a nossa cabeça se preparou para acompanhar tais mudanças ou ainda nos assustamos ao nos depararmos com tantas coisas e informações que mudam o tempo todo, mas que continuamos fazendo do mesmo jeito?

Muitos dizem que sou muito idealista com relação às mudanças que desejo ver na educação financeira do país, mas eu vejo o desejo das pessoas em quererem conhecer mais a si próprias e se darem uma oportunidade de mudança na condição em que se encontram atualmente com relação às suas próprias finanças e a  qualidade de vida ( e olha que eu tenho conhecido pontos diferentes do país e classes sociais extremas) e isto me encoraja a ir em frente e ir além, simplesmente porque as pessoas querem enxergar o seu próprio futuro e o meu desejo é poder ajudá-las a ultrapassar todos os limites além daquilo que elas enxergam.

Eu o convido hoje a olhar o seu futuro e suas perspectivas, mas peço que enxergue com seus olhos do futuro, não com os que você enxerga no presente.

Vamos começar a celebrar o nosso futuro HOJE.

FELIZ 2020 para você.


quarta-feira, 26 de maio de 2010

Ajuste primeiro a SUA máscara de oxigênio

 







Imagem: iStockphoto.com


Escrito por Darren Hardy, em 06/04/2010 para http://blog.success.com/success/
Tradução livre: Silvia Alambert

Recentemente eu estava viajando de avião com minha filha de 6 anos. Para dar um bom exemplo, pedi a ela que escutasse as instruções de segurança da comissária de bordo. Enquanto falava sobre mascaras de oxigênio, uma das atendentes venho em minha direção para reforçar a orientação: “Assegure-se de colocar sua máscara primeiro antes de ajudá-la com a dela.”
Sorri educadamente, mas por dentro eu zombava, “Ah, tá. Pensar em mim primeiro antes de ajudá-la? De jeito nenhum..”

Vi, então, um casal com mais idade do outro lado do corredor e uma criança viajando sozinha na fileira à minha frente. Eu me vi tendo que ajudar a todas aquelas pessoas na ocorrência de alguma emergência (é impressionante como a mente dramatiza um cenário). Imaginei que, se eu não conseguisse respirar, eu não seria capaz de ajudar ninguém. Eu, então, entendi que realmente o mais seguro seria que eu estivesse primeiramente com minha máscara para que pudesse poder ajudar a todos.
Mas esta também não é a forma freqüente com que as pessoas vivem suas vidas. Ao contrário, elas saem ajudando todo mundo com suas máscaras de oxigênio (recados, pedidos, obrigações, etc.) e, de vez em quando, utilizam a máscara de oxigênio para si próprias e se tornam estressadas, cansadas, fora de forma e sem saúde.

Quando peço às pessoas para fazerem uma lista de suas prioridades de vida e darem uma nota para o grau de importância que aquilo tem para elas, com freqüência escuto coisas do tipo:

1. Deus

2. Famílias e amigos

3. Negócios, clientes e funcionários

4. Bem estar, interesses pessoais, etc

Esta lista provavelmente o asfixiará.

Você não conseguirá servir a Deus, a sua família , a sua empresa ou a qualquer outra coisa ou pessoa se você enfraquecer ou cair doente ou morto de ataque cardíaco.

Você não conseguirá dar aquilo que você não tem.

Se você quiser se doar mais, servir mais, contribuir mais, construir mais, criar mais, você terá que ser mais forte e mais vital, terá que ter mais força e vigor. Você precisará fazer de VOCÊ sua primeira prioridade para que você possa se doar mais, ser mais e fazer mais pelos outros. Jim Rohn faz uma colocação assim: “Você se cuida por mim, e eu me cuido por você” Minha sugestão é que você pegue sua agenda e marque um encontro com VOCÊ primeiro: agende sua ginástica, refeições balanceadas e nutritivas, dormir o suficiente, relaxamento mental e diversão para se restabelecer. Daí então, siga com o restante da sua lista de prioridades e adicione família, negócios e obrigações sociais.

Um brinde…a você e a sua boa saúde!



quarta-feira, 19 de maio de 2010

"Se você não sabe para onde está indo, qualquer estrada o levará até lá."

O consumidor e a nota que ele merece

André Maia Gomes Lages

Economista e professor da graduação e mestrado em Economia da Feac/Ufal.
andré_lages@msn.com


O Brasil é certamente um país que, apesar de seus problemas, concorre para possibilidade de as pessoas terem alguma mobilidade social. Por outro lado, a modernização do nosso sistema econômico mudou o padrão de gastos das famílias e delegou às pessoas mais responsabilidades e cuidados nas suas decisões de natureza econômica.

Infelizmente, boa maioria dos consumidores ainda tomam decisões erradas. Avise-se antecipadamente que os autores dessas linhas não se sentem exemplo de nada, mas acreditam perceber equívocos em tantas famílias em suas menores decisões econômicas.

Parece prevalecer aquela filosofia do Zeca Pagodinho: "Deixa a vida me levar". E a vida vai levando mesmo, da forma mais desmantelada possível, em muitos casos.

Como um bom curioso, faça o teste e insista em perguntar aos pais de família que seguem aquela filosofia: por que não a decisão na forma de pagamento A ao invés da B, por determinado produto, quando a primeira é nitidamente bem mais racional?

Recebe-se dos amigos despreocupados as desculpas mais absurdas que você, prezado leitor, já está acostumado a ouvir, de pessoas apertadas em meio a tantos problemas. "Não sei se vou estar vivo amanhã" ou "Quando eu morrer, não vou levar dinheiro comigo".

E as décadas passando, de uma morte que não vem, mas as cervejinhas e os gastos mais que supérfluos estão sempre em pauta, mesmo com o cartão de crédito estourado ou no limite. Além disso, a opção poupança (ou outras formas de aplicação financeira ainda mais convidativas) está naturalmente sempre zerada ou bem negativa.

Se houvesse mais racionalidade nas decisões, seria permitido àquele pai garantir um sustento mais razoável da família ou até algum progresso na vida, nos anos que virão. Por sinal, antes de continuar, deve ser lembrado que novas mudanças de hábitos de consumo irão acontecer por conta, inclusive, das pressões do homem ao meio ambiente, e os problemas ecológicos pertinentes.

Existem, contudo, dificuldades de se adaptar às mudanças, e educação financeira primária, de saber gastar, saber aplicar. É preciso saber viver, já dizia a música cantada por Roberto Carlos. O que adianta ter inúmeras compras que cobram juros pesados sabidamente aliviados em várias prestações?

São tantas as situações diferentes. Existe também aquela loja que embute um componente de juro real altíssimo nas prestações e oferece o mesmo preço a vista. O consumidor não pode se comportar indiferente a tudo isso. É o que costuma acontecer, porém.

Não fazer uma reflexão sobre esse tipo de comportamento implica a repetição de erros e sofrimentos familiares desnecessários. A parte mais frágil das pessoas está no bolso, no sentido de que são as dificuldades de sustento que geram boa parte de conflitos entre membros de uma mesma família. Em muitos casos, o convívio é uma perfeição, mas quando se fala em herança, por exemplo; é um Deus nos acuda.

Uma outra situação não menos relevante é o exercício de pedir um simples cupom fiscal. Muitos consumidores entendem que pedir a nota não faz parte da sua vida como cidadão, ou se envergonham em fazer isso.

Se querem, entretanto, que o sistema econômico em que vivem funcione melhor do ponto de vista econômico e social, então pedir a nota faz parte dessa possibilidade, particularmente, quando se tem a consciência de que a sonegação fiscal é uma realidade.

Isso acontece por conta desse comportamento do consumidor de deixar a vida o levar, simplesmente. Dessa forma, não poderá obter os benefícios que são claros com apenas o exercício do seu direito de pedir um cupom fiscal.

Não se pode reclamar da sorte, quando não se faz o mínimo esforço para ser presenteado pelo destino, sempre culpado, em última instância, pelos nossos erros. É tempo de se mudar de atitude. Entre Zeca Pagodinho e Roberto Carlos, parece mais sóbrio seguir o conselho do Rei.


domingo, 9 de maio de 2010

Permita o crescimento de seu filho.

Julho está chegando...de novo.
É inacreditável como o tempo passa tão rápido.
Com as férias chegando, começamos novamente a ter a preocupação sobre o que fazer com os nossos jovens para que não passem as férias grudados no computador ou deitados assistindo televisão o dia inteiro ou que não fiquem pedindo dinheiro o tempo inteiro para "sassaricar" pra lá e pra cá o dia inteiro.
É natural, são jovens e sem ter o que fazer, ficam muuuiiiito entediados.

Nestes anos trabalhando com crianças e jovens (mas principalmente, sendo mãe) sei  quanta energia esta garotada dispõe em todos os sentidos: para brincar, para consumir, para ficar acordado, para ficar jogando PS´s, DS´s e outras tecnologias disponíveis.

Há 4 anos venho promovendo o acampamento de educação financeira entre crianças e jovens e percebo o quanto de energia e conhecimento eles possuem e como é inacreditável que durante o período em que ficam conosco, eles nem se lembram da existência dessas outras atividades, já que experimentam uma oportunidade super nova na vida deles: o contato intenso com a natureza, as dinâmicas, as baladas temáticas diárias, as atividades radicais e todos os ensinamentos que são recebidos e compartilhados naturalmente entre todos  e atrelados a toda essa diversão.

Também pudera: é adrenalina o dia inteiro, se divertem intensamente das 7hs da manhã até às 0hs, tem a oportunidade de conhecer pessoas novas e, assim, criam novas redes sociais, ampliam o conhecimento sobre assuntos e temas diversos, deixam a zona de conforto do lar e "caem" na vida, tendo que ter a responsabilidade de cuidar de suas próprias coisas, cuidar do meio ambiente, do próximo, conviver com as diferenças, liderar grupos, desafiar o que julgam impossível e passam pela experiência mais maravilhosa da vida: viver e ser grato por todas as oportunidades que a vida oferece (mesmo que pareça difícil, às vezes).

Independentemente de nosso acampamento de férias, sou adepta que os jovens passem pela vivência de um acampamento, intercâmbio ou alguma forma que os permita entender a realidade da vida por eles mesmos, antes de atingirem a idade adulta.

Esta experiência possibilita um encontro isolado, mas ao mesmo tempo, compartilhado e orientado, consigo mesmo e é impagável o ganho que eles demonstram: o aumento da confiança em si próprios, a melhora da auto estima, a força interior, a idealização de onde pretendem chegar...são inúmeros os fatores benéficos oriundos desta experiência de vida.

Perguntas como " quem sou", "onde estou" ou " para onde vou" parecem ficar mais claras para jovens que vivem esta oportunidade, pois passam a entender que a direção de suas vidas só dependerá das escolhas deles, por mais que nós pais os orientemos com relação ao seu futuro.

Minha filha mesma, participa de acampamentos de férias no inverno e no verão desde os 7 anos de idade (e, não, ela não vai só ao acampamento da Money Camp, embora, por ela, queira estar em todos).
É óbvio que me certifico de todos os detalhes sobre o local onde ela estará indo (na primeira vez, ela viajou com a prima da mesma idade para se sentir mais segura).

Haverá um tempo em que eles crescem e querem ( e tem que) viver a vida deles.
Para nós pais, a desculpa de dizer que ainda está muito cedo para experimentarem a vida longe de nós é sempre mais confortável, assim os temos sempre sob nossa asa, mas e quanto a eles?

É melhor que sejam preparados para este encontro com a vida real desde cedo, para que não se vejam à deriva ou perdidos ou, ainda, muito dependentes de nós pais, que, infelizmente, não somos eternos.

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Macaco vê, macaco faz.

T. Harv Eker em seu livro “ Os Segredos de Uma Mente Milionária” comenta uma passagem que é muito interessante para salientarmos como somos “ macaco vê, macaco faz”

Ele conta a estória da esposa que estava preparando o pernil para o jantar quando o marido chega a casa. Ele pergunta: “ Por que você corta as extremidades do pernil antes de assar?”, ao que a esposa responde: “ Minha mãe fazia assim.”. Naquela noite a sogra vem para o jantar e os dois resolvem perguntar a ela porque ela cortava as extremidades do pernil para assar, ao que ela responde: “ A minha mãe fazia assim.”. Então resolvem telefonar para a avó da esposa e perguntar, ao que a avó responde: “ A minha panela era muito pequena!”.

Quer dizer....estamos vivendo coisas que não nos pertencem mais, porque nossas panelas são maiores do que as das nossas avós. Isto não é mais a nossa realidade e, portanto, não nos servem mais.

Somos seres de hábitos e modelos.

Portanto, MUDE CONSCIENTEMENTE suas crenças sobre o que você aprendeu sobre dinheiro, DISSOCIE o que você foi ensinado para o que você quer para você HOJE e no FUTURO.

USE SUA CONSCIÊNCIA FINANCEIRA A SEU FAVOR.

Quer um exemplo bem banal de como você consegue o que quer quando você realmente deseja: você quer muito comprar um determinado supérfluo (porque você sabe que é supérfluo. Se quiser chame de capricho), mas você não tem o dinheiro naquele momento, o cartão está próximo do vencimento, o cheque especial está estourado, enfim. Você não pára de pensar como vai conseguir comprar, mas faz que faz e faz que vai lá e compra. Nem que isso signifique o esforço do seu próximo salário.

Isto se chama CONSCIÊNCIA FINANCEIRA.

Se você tem consciência para conseguir gastar, você tem consciência para conseguir poupar e, melhor, investir uma parte para conseguir ter a sua liberdade financeira.

Consciência Financeira Positiva: não a utilize com moderação.

Bem, é muita informação para você?


Então, comece pelo seguinte: questione-se o que você tem HOJE? Pergunte-se que tipo de vida quer levar daqui a 10 anos? E daqui a 15? E daqui a 20? Coloque seu objetivo no papel.

Veja, então, quais os motivos que poderiam fazer com que você não alcançasse seus objetivos neste prazo de tempo.

Você já começou a fazer seu planejamento ou vai continuar no modelo " compro primeiro e pago depois", ficando quase louco com as prestações mensais ?

Você julga ser um tempo muito longo para montar uma estratégia?

Hello-o. Quantos anos já se passaram desde os seus 18 anos?
Se for isso, é melhor rever sua consciência financeira ou vai continuar na mesmice do " macaco vê, macaco faz" e, pior, ensinar isso aos seus filhos?





Educando com Maestria

Imagem: meusrecados.com

Educação Orquestrada e Crescimento Silvestre

Por Içami Tiba

Nossos filhos carregam os nossos sonhos. Todos os cuidados com eles devem ser orquestrados para que no futuro sejam felizes e tenham sucesso. A esses cuidados chamo de Educação Orquestrada. Seu oposto é o filho largado à própria sorte, sem garantias futuras, o crescimento silvestre.

Os leitores podem encontram nos livros de minha autoria mais detalhes sobre a educação orquestrada, principalmente no Família de Alta Performance: Conceitos Contemporâneos na Educação. Hoje quero lhes passar sobre crescimento silvestre na primeira infância.

Pelo site www.primeirainfancia.org.br/, no artigo "Breve Panorama sobre a Primeira Infância no Brasil" (2007), de autoria de Gabriela Azevedo de Aguiar, Gary Barker , Marcos Nascimento e Márcio Segundo, constam: “É até os 6 anos de idade que as estruturas físicas e intelectuais de crescimento e aprendizagem emergem e começam a estabelecer suas fundações para o resto da vida da pessoa”; “...os primeiros três anos de vida são fundamentais para que a criança tenha uma vida saudável e possa se desenvolver plenamente.”; “... as crianças necessitam de cuidados específicos como: proteção; alimentação adequada; medidas de saúde (como imunizações e higiene), estimulação sensorial e sentirem-se amadas pelos pais e/ou cuidadores ativos. Até os 3 anos de idade, as crianças adquirem habilidades motoras, cognitivas, linguagem e aprendem a ter auto-controle e independência por meio da experimentação e brincadeiras...” e “...mais da metade do potencial intelectual infantil já está estabelecido aos 4 anos de idade.

Porém, as experiências de crescimento e desenvolvimento das crianças na primeira infância variam de acordo com suas características individuais, gênero, condições de vida, organização familiar, cuidados proporcionados e sistemas educacionais (UNICEF, 2005).”

Meu foco neste artigo são as causas dos acidentes e mortes dos filhos nesta primeira infância. São do IBGE e do Ministério de Saúde por meio do Sistema de Informações sobre mortalidade (SIM/MS) e do Sistema de Informações Hospitalares do Sistema Único de Saúde (SIH/SUS) os dados:

Causas de Morte

•até 1 ano de idade:

1.Sufocação;

2.Queda;

3.Passageiro de veículo;

4.Afogamento;

5.Queimaduras com fogo;

6.Choque elétrico;

•de 1 a 4 anos de idade:

1.Afogamento;

2.Atropelamento;

3.Sufocação;

4.Passageiro de veículo;

5.Queda;

6.Queimadura com fogo;

Hospitalizações

•até 1 ano de idade

1.Queda;

2.Queimadura com líquidos quentes e outras fontes de calor;

3.Choque elétrico;

4.Atropelamento;

5.Envenenamento, medicamento, pesticida e outros;

6.Queimaduras com fogo;

•de 1 a 4 anos de idade

1.Queda

2.Queimaduras com líquidos quentes e outras fontes de calor

3.Choque elétrico

4.Atropelamento

5.Envenenamento, medicamento, pesticida e outros

6.Queimaduras com fogo.

Uma educação orquestrada dificulta o surgimento dos eventos acima citados, enquanto o crescimento silvestre favorece.

Crianças na primeira infância necessitam e dependem de cuidados de adultos que as amem, provejam, protejam, alimentem, eduquem, banhem, acariciem, abracem, conversem e brinquem com elas e velem seus sonos, pois elas são incapazes de cuidarem de si mesmas. Todas estas ações estão presentes na educação orquestrada.

São várias as condições para que as crianças sejam soltas à própria sorte num crescimento silvestre. Elas terão menos condições de serem felizes e de atraírem sucessos. Quando os pais deixam de atender às necessidades dos filhos estão sendo negligentes e quando agridem, abandonam, ficam indiferentes às suas carências, estão provocando mal tratos.

O indesejável crescimento silvestre é provocado por várias condições facilmente detectáveis pelos resultados – acidentes e mortes - apresentados acima. Basta em cada item imaginar as situações que provocaram tais eventos. Onde estava o adulto cuidador em cada item citado?

Existem características comuns aos pais que provocam o crescimento silvestre dos seus filhos: são ausentes, egoístas, destemperados emocionais, usuários de bebidas e/ou drogas, negligentes, irresponsáveis, hedonistas, desregrados, contraventores, personalidades psicopáticas, doentes psiquiátricos, neuróticos graves, sérios distúrbios comportamentais etc. Raramente estas características aparecem como sintomas únicos, mas sim com algumas simultaneidades entre elas.

Içami Tiba

Içami Tiba é psiquiatra e educador. Escreveu "Família de Alta Performance", "Quem Ama, Educa!" e mais 26 livros.

Site: http://www.tiba.com.br/
Fonte: http://educacao.uol.com.br/colunas/icami_tiba/2010/04/27/educacao-orquestrada-e-crescimento-silvestre.jhtm