Eu costumo dizer que parece que nós não nos damos conta de quão rápido o tempo passa e o quanto não nos "preparamos" para encarar o tempo que voa à nossa frente.
Não entendemos direito o que significa " estar à frente" do tempo, de olhar para o futuro no presente e nos imaginarmos lá.
Não temos muita preocupação em pensar no futuro e não conseguimos observar como tudo à nossa volta muda rapidamente: a tecnologia, a ciência, os desenhos, os filmes, as cidades, o comportamento das pessoas, as crianças (!!!)..tudo, absolutamente, tudo muda com o tempo e é incrível como não percebemos e, na maioria das vezes, nem sabemos lidar com tantas mudanças.
Outro dia, uma jovem de 26 anos que passou por um de nossos cursos declarou que iniciou um investimento em Previdência para garantir sua aposentadoria. Incentivando seu irmão mais jovem, já em vida produtiva, a realizar o mesmo, expondo os benefícios de iniciar cedo, ouviu-o dizer que isso era coisa de gente com mais idade (infelizmente, ele não recebeu o mesmo conhecimento financeiro). Por que? Porque deve acreditar que esse tipo de coisa é preocupação de gente " mais velha".
Realmente, as pessoas tem pouca percepção com relação ao tempo.
Luiza Brunet, em entrevista ao jornal " Extra", confirma esta teoria quando assume que não se vê como uma senhora de 48 anos: "Outro dia vi uma entrevista minha no Youtube para a Hebe Camargo. Eu tinha uns 20 e poucos anos e ela me perguntou o que eu achava que estaria fazendo quando tivesse uns 40. Eu respondi que estaria em casa, seria uma senhora, com meus netos. A minha projeção ultrapassou todos os limites e me deu a possibilidade de estar muito bem hoje em dia. Ainda não sou uma senhora cuidando dos netos. E eu não me vejo com esta idade toda".
Realmente, hoje com 48 anos uma mulher ainda não é considerada uma senhora, mas uma "jovem senhora". Talvez fosse na época de nossas avós ou bisavós.
Tudo muda tão rápido, que o que era considerado "balzaquiano" ontem, hoje é " jovem".
Não há problema algum com relação às mudanças, elas acontecem naturalmente conforme o homem evolui, mas o que realmente é intrigante é a forma como as pessoas deixam de projetar sua vida, inclusive, como Luíza Brunet mesma coloca, a de ver além da visão modelada que estamos acostumados a ver : " A minha projeção ultrapassou todos os limites e me deu a possibilidade de estar muito bem hoje em dia."
É provável que a colocação de se ver como uma senhora aos 40 anos tenha vindo dos modelos daquela época em que mulheres de 40 anos eram avós - já que nossas mães se casavam mais cedo - e cuidavam da casa, dos netos, em fim.
Novamente, levo ao questionamento sobre tudo que fazemos em nossa vida com base em modelos educacionais ultrapassados e que já não servem mais, já que os tempos são outros, as pessoas mudaram, os comportamentos mudaram, ( até a economia mudou) mas e a nossa cabeça se preparou para acompanhar tais mudanças ou ainda nos assustamos ao nos depararmos com tantas coisas e informações que mudam o tempo todo, mas que continuamos fazendo do mesmo jeito?
Muitos dizem que sou muito idealista com relação às mudanças que desejo ver na educação financeira do país, mas eu vejo o desejo das pessoas em quererem conhecer mais a si próprias e se darem uma oportunidade de mudança na condição em que se encontram atualmente com relação às suas próprias finanças e a qualidade de vida ( e olha que eu tenho conhecido pontos diferentes do país e classes sociais extremas) e isto me encoraja a ir em frente e ir além, simplesmente porque as pessoas querem enxergar o seu próprio futuro e o meu desejo é poder ajudá-las a ultrapassar todos os limites além daquilo que elas enxergam.
Eu o convido hoje a olhar o seu futuro e suas perspectivas, mas peço que enxergue com seus olhos do futuro, não com os que você enxerga no presente.
Vamos começar a celebrar o nosso futuro HOJE.
FELIZ 2020 para você.