terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Somos Muito Mais do que Imagens

Busto do faraó Amen-hotep IV (Akhenaton) 

Amen-hotep IV(Akhenaton) foi um faraó idealista, que decidiu construir uma nova capital para o Egito e o fez em apenas 3 anos.

Além de realizador, acreditava que aparência não era nada e sempre pediu que ele e sua família fossem retratados de forma muito diferente da norma estética e representados fora dos padrões rígidos da cultura milenar da época, já que acreditava que somos muito mais do que imagens.
Por essas imagens distorcidas, e para alguns historiadores, chegou-se até a acreditar que a família real sofria de um tipo de síndrome; afirmação que foi jogada ao chão depois que exames de DNA foram realizados nas múmias.
Natural. O ser humano julga tudo sem nem ter nada comprovado ou saber da verdade por trás da história.
Aliás, e pelo que nos remete a história, este faraó não dava a mínima para julgamentos e, por isso, foi lá e fez o que se propôs a fazer, com determinação e coragem, porque não perdeu seu tempo dando importância ao que ele não considerava importante.
Este faraó parecia preocupar-se mais em fazer com que os co-cidadãos entendessem que o fato dele ser faraó ou de sua esposa Nefertiti ser a mais bela, isto não o colocava em uma posição diferente de ninguém. Tanto é que as pinturas encontradas retratavam o faraó e sua família em cenas cotidianas, com Nefertiti amamentando seus filhos ou a família brincando com as crianças.
Ao contrário, sendo faraó - e ainda que houvesse outros interesses – entendia que tinha que realizar mais e, portanto, tinha mais responsabilidades sobre si.
Toda esta informação para mostrar que há pessoas que se importam mais em fazer o que tem que ser feito a desperdiçarem seu tempo e energia pensando sobre o que outras pessoas vão pensar ao olharem para a sua imagem.
A preocupação em querer manter aparências não deveria estar na escala de prioridades das coisas da vida de uma pessoa.
Para quem olha de fora e se importa com esse tipo de coisa, ver uma pessoa que se veste deste ou daquele jeito, que tem isso ou aquilo, que frequenta esse ou aquele lugar pode parecer ser o máximo ( ou o mínimo): “ Você viu o carro?” ou “ Viu a marca da calça?” ou “ Viu onde mora?”.
Para a pessoa que está sendo julgada isso só tem dois significados: ela não compactua com esse tipo de culto a aparência, porque isso só diz respeito a ela mesma, ao que ela é, faz e tem (e só ela sabe como) ou ela está em tremendo apuro, se esforçando muito para tentar manter uma imagem daquilo que ela quer que os outros pensem que ela é, ou seja, julgamentos desta ordem não significam nada porque não agregam nada nem para quem julga e nem para quem é julgado.
Em uma sociedade que sobrepõe o TER ao SER, inconscientemente e temerosas de parecerem ser menos, pessoas andam desperdiçando seu tempo, energia e, consequentemente, empregando seus recursos financeiros em coisas que perdem seu valor ao longo do tempo, ao contrário daqueles que preferem realizar coisas que consideram realmente importantes para perdurar por gerações dentro de suas famílias e impactar seu meio com atitudes realmente grandiosas.

“O que você tem, todo mundo pode ter, mas o que você é ninguém pode ser.”
 - Clarice Lispector

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