quarta-feira, 29 de junho de 2011

A cabeça pode estar nas nuvens, porque sonhar é preciso, mas para evitar devaneios os pés devem permanecer no chão

Imagem: dreamstime
Pés no chão desde cedo

Autor(es): Vera Batista
Correio Braziliense - 26/06/2011

Uma das maiores detonadoras de brigas entre os casais é a dificuldade financeira. Portanto, administrar bem tanto o dinheiro quanto o amor pode ser um verdadeiro desafio. Autor do livro Casais inteligentes enriquecem juntos (Editora Gente), o economista Gustavo Cerbasi diz que, quando a cabeça erra, o bolso padece. E a maior vilã é a falta de diálogo sobre o dinheiro. Mas conversar apenas não resolve o problema. É preciso que todos os membros da família deem as mãos e discutam os meios para conquistar objetivos comuns e pessoais, de forma que os sonhos de uns não se transformem em pesadelos para a conquista das aspirações dos outros.

O sucesso de uma relação sadia depende, primordialmente, do equilíbrio de receitas e despesas. Ou seja, não gastar mais do que o salário permite e controlar cada compra, por menor que seja. A analista financeira Silvia Alambert, fundadora do The Money Camp Brasil, define o planejamento familiar como um processo de aprendizado e conhecimento sobre os desejos e possibilidades de cada pessoa. “É uma prática que precisa ser seguida. Resulta na clareza sobre as despesas, investimentos, patrimônio, dívidas (se for o caso), e sonhos a realizar”, diz.

Para evitar problemas no futuro, ensina Silvia, o primeiro passo é desenhar os objetivos da família e identificar os prováveis desafios durante o percurso. O segundo é envolver o grupo naquela missão. “Faz com que todos se tornem responsáveis e importantes. Ao longo da vida, vivenciei exemplos clássicos de famílias que motivaram as crianças a embarcar nos sonhos e ajudar a torná-los realidade. O resultado foi excelente”, afirma.

Em caso de dificuldade para convencer crianças e adolescentes a evitar gastos excessivos, Cerbasi garante que tem uma fórmula infalível. Quando um deles quer algo que custa caro, a estratégia é mostrar que a mesada está abaixo daquele valor. Os pais, então, devem propor a complementação mediante abatimento na próxima mesada, incluindo algum juro, nem que seja de apenas R$ 1, porque é preciso entender, desde cedo, que a necessidade de usar o dinheiro de terceiros implica o pagamento de uma taxa no futuro.

Nada de supérfluos

Na avaliação dos especialistas, as famílias só se dão conta dos exageros nos gastos do dia a dia quando olham para os produtos supérfluos. Por isso, é importante conversar sobre os objetivos, traçar metas mínimas e máximas de consumo e se empenhar ao máximo para que o esforço conjunto para evitar dívidas impagáveis valha a pena. A família que planeja unida passa a entender que o sucesso financeiro vem quando se aprende a administrar o dinheiro e utilizá-lo com inteligência.



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