terça-feira, 29 de setembro de 2009

O Poderoso Chefão: O Cérebro.

Os princípios básicos que norteiam a educação financeira independem de idade, mas é verdade que a idade sempre ajuda em todos os aspectos de tempo de nossa vida.

Lemos o tempo inteiro as mesmas coisas sobre a necessidade da educação financeira e a sensação que se tem é que parece que quanto mais o mantra é repetido: " Com a facilidade de crédito e a falta de educação financeira, as pessoas gastam mais do que ganham e comprometem seu orçamento pagando altos juros às instituições financeiras e blá blá blá..." , menos as pessoas se importam em aproveitar o crédito fácil e utilizá-lo a seu favor.

Qualquer pessoa que trabalha duro para fazer seu dinheiro mês a mês, entende que trabalha e recebe dinheiro, portanto, trabalhar duro e receber dinheiro = + (mais) 
Qualquer pessoa que gaste seu dinheiro que trabalhou duro para fazer, estará diminuindo(-) aquele + que deu duro para fazer. Portanto, trabalhou duro e recebeu dinheiro = + e gastou o dinheiro = -(menos)

Então: trabalhar e receber = + (mais) :-) e gastar = - (menos)  :-(

Por que, então, parece que as pessoas acham tão difícil fazer contas de mais e menos e transformar sua renda adquirida (trabalhar duro e receber dinheiro) em renda passiva (fazer o SEU DINHEIRO TRABALHAR  a seu favor)?

O problema não é a matemática (até pessoas que não foram alfabetizadas sabem fazer contas, quando se trata de dinheiro).
O problema, além da falta de planejamento e educação financeira, é a mensagem que ficamos mandando ao nosso cérebro para que ele nos convença a acreditar que (-) + (-) = +.
Insistimos em convencer o nosso cérebro de que mesmo que gastemos todo o dinheiro que demos duro para receber (que era + e a esta hora já é = 0, pois dia 29 de cada mês a maioria das pessoas já está pensando em quais contas conseguirá pagar ou o que é que vai dar pra cobrir até o próximo recebimento) e adicionemos + a ele , referente ao  valor disponível do limite do cartão de crédito e do limite bancário (e que, na verdade é = (-),  já que esse dinheiro não é de nossa propriedade), ainda assim, conseguiremos dar conta de tudo no próximo mês quando novamente receberemos dinheiro por ter trabalhado duro = + (de novo) .

Visualize, matematicamente falando, a salada matemática que muitas pessoas insistem em fazer e acreditam fortemente, levadas pela emoção de consumo:

1) Dinheiro trabalhado, suado e recebido = + (mais).
Isto se chama renda adquirida ou Você trabalhando pelo Seu dinheiro.

2) Dinheiro trabalhado e suado que foi gasto = - (menos)
Então, quando o  dinheiro trabalhado e suado já era , significa que a pessoa está " zerada" = 0 e isto se chama mal uso do dinheiro ralado  e que para a maioria das pessoas termina no 8o. dia após o recebimento.



Valor disponível no cartão de crédito ou limite bancário = (-)
Valor disponível no cartão de crédito ou limite bancário (no que a pessoa quer acreditar) = + . 
E esta é a pessoa feliz :-)))) achando que ainda tem dinheiro para gastar.

Agora dê uma olhada no nó cerebral:

A conta correta deveria ser:
1)- 2) = 0 (dinheiro trabalhado, suado e recebido que zerou)
 (- valor disponível no cartão de crédito ou limite bancário que a instituição financeira empresta)
então,
0 + (- valor disponível no cartão de crédito ou limite bancário)  = - (é o valor que a pessoa deveria ter consciência que TEM no cartão de crédito ou limite bancário)

MAS...a pessoa lê no extrato que ela TEM disponível e faz questão de acreditar que:

1) - 2) = 0 (dinheiro trabalhado, suado e recebido que zerou)
+ (valor disponível no cartão de crédito ou limite bancário, porque a instituição financeira está mostrando que é da pessoa e que está lá)
então,  
0 + (+ valor disponível no cartão de crédito ou limite bancário) = + (valor que a pessoa acredita que TEM e que É DELA)

Fora esta miscelânea que as pessoas acabam fazendo, há o desejo de ter coisas que demonstram poder, segurança, status e que as pessoas desejam muito e não tem paciência para poupar e investir parte do dinheiro trabalhado, suado e recebido ( o verdadeiro +) para terem o que quiserem depois, já que se deixam levar pela emoção do consumo imediato.
Querem ter AGORA e já que o dinheiro está disponível na conta (já que o sinal ao cérebro já foi enviado e, portanto, é +), preferem ACREDITAR que PODEM comprar o que quiserem AGORA e aí é o ponto em que a maioria das pessoas se perde financeiramente e depois ficam pagando meses e meses de altos juros e é quando começam as promessas de que nunca mais irão fazer aquilo de novo.

Entende porque instituições financeiras amam dar crédito às pessoas? Entende porque até lojas de roupas já viraram instituição financeira e permitem que as pessoas façam empréstimos ali mesmo para consumir mais?

Além do mais, usar cartão de crédito dá às pessoas a sensação de que não tiveram perdas financeiras. Pelo menos é assim que o cérebro realiza a leitura.

Por outro lado, você acredita que as lojas e instituições que oferecem crédito fácil às pessoas amam inadimplentes? É óbvio que não! Se não, não gastariam com ligações telefônicas e não mandariam cartas de cobrança. Afinal de contas, é sobre os juros e multas que as administradoras faturam muito.

Então, cartões de crédito, limites de crédito, crédito consignado e afins são ruins? Sim e não.

SIM, para quem não sabe usá-los, pois acabarão comprometendo o orçamento e pagando meses ou anos de altos juros sobre juros e NÃO, ao contrário, podem ser aliados do plano de realização de vida, se a pessoa souber utilizá-los com inteligência financeira.

Como?
Aí é que entra a base da educação financeira para que as pessoas iniciem sua jornada para melhor compreender como utilizar o dinheiro de forma saudável e consciente, aprender os diferentes tipos e formas de investimentos, a melhor utilização do cartão de crédito e outros créditos disponíveis, trabalhar na elaboração de uma planilha de realização de vida consistente e rumar à  tão sonhada INDEPENDÊNCIA FINANCEIRA.

É por isso que a questão da educação financeira é tão fundamental e deve ser recebida desde cedo.

Já que lidamos e usamos o dinheiro todos os dias durante a vida adulta, é importante darmos a oportunidade da educação financeira às nossas crianças e jovens para que alcancem a vida adulta seguras e tranquilas com relação ao seu futuro financeiro, sem que precisem driblar o cérebro com contas que não fecham.

Novamente, educar financeiramente é muito mais do que ensinar a lidar com dinheiro, cartões, consumo exacerbado.
Educar financeiramente é ensinar a usar inteligência financeira em benefício próprio e de outros e isto compreende, também, as crenças e emoções que giram em torno do tema " dinheiro".

The Money Camp Brasil
" Educação Financeira para a Vida Inteira!"

Um abraço.

" Educação é a fundação do sucesso. Assim como a escolaridade é importância vital, igualmente importantes são os conhecimentos financeiros e de comunicação." - Robert Kiyosaki (autor best seller " Pai Rico, Pai Pobre")

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Mamãe eu quero. Mamãe eu quero.



Todas as crianças normalmente querem o que as outras crianças tem.
É normal as crianças ficarem pedindo por coisas que vêem que os colegas possuem: é estojo do personagem da menininha japonesa, é tênis da marca não sei das quantas, mochila da marca Z, camiseta da marca X, calça da marca Y , DS, playstation, Wii, celular, mp10 e etc etc etc.
Para ajudar, ainda há a questão da publicidade que incita ao consumo fazendo com que as crianças acreditem que para serem bem aceitas em determinado grupo social, elas TEM que TER todas estas coisas.

Os pais, por vezes, se sentem pressionados pensando que se não cederem a estes pedidos dos filhos, suas crianças crescerão revoltadas e frustradas e se tornarão adultos infelizes.
Outro fator complementar é o sentimento de culpa que por vezes assola os pensamentos dos pais por se ausentarem demais da vida de seus filhotes e acabam por recompensá-los com todas estas coisas que, para eles, depois que conquistam, já não faz mais sentido e partem para outro (ou outros) sonho de consumo.

É muito comum ouvirmos pais comentarem que seus filhos estavam ávidos por terem um determinado brinquedo e que, após esforço financeiro dos pais e a aquisição pelas crianças, estas simplesmente deixam aquilo empoeirando em alguma estante do quarto e começam a pedir por outra coisa.

O que os pais não percebem de fato é que, ao cederem aos desejos dos filhos estarão educando crianças sem conhecimento (e reconhecimento) de limites e crianças que pouco saberão qual o real valor das coisas.
Além do mais, os pais se esquecem que são eles mesmos que alimentam estes desejos de seus filhos por terem estas coisas porque, afinal de contas, são os próprios pais - os possuidores do dinheiro, do cartão de crédito e do limite bancário - que irão adquirir tudo aquilo que julgam ser um exagero por parte das crianças.

É preciso mostrar às crianças que presente é uma coisa e acumular coisas é outra e elas só entenderão a mensagem quando tiverem limites para perceberem a diferença. 
Por isso, é importante conversar com as crianças sempre, porque eles estão sempre prontos a testar os próprios limites para saber até onde podem ir com o limite (inclusive financeiro) dos pais.

Outro ponto importante, é ensiná-las a realizarem escolhas, combinando as datas especiais em que receberão aquilo que querem (e será interessante observar que eles vão mudando a escolha do presente até chegar a data para recebê-lo. Sinal de que não queriam aquele outro tanto assim...).
Natal, aniversário, dia das crianças e páscoa são datas em que um presente cai bem.

Dar tudo o que os filhos pedem simplesmente por dar - além de comprometer as bases da educação sobre educar filhos com limites e a própria educação financeira deles - só fará com que eles não deem o devido valor àquilo que lhes foi dado e fará com que continuem pedindo por mais coisas e coisas não tão desejadas, mas somente...coisas.
Agora um presente, sim. Isto sim é uma realização de sonho, de verdade.

Fecho esta com uma nobre citação de Fernando Pessoa para reflexão sobre como ao mudarmos, mudamos tudo à nossa volta, inclusive comportamentos.

"Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas, que já têm a forma do nosso corpo, e esquecer os nossos caminhos que nos levam sempre aos mesmos lugares. É o tempo da travessia e, se não ousarmos fazê-la, teremos ficado, pra sempre, à margem de nós mesmos."

Experimente. Tente.

Um abraço.