quarta-feira, 18 de abril de 2012

O Risco Existe para ser Administrado



Quando as crianças do programa The Money Camp trazem a entrevista que fazem com os pais perguntando-lhes qual foi o melhor e o pior investimento financeiro já realizado ao longo de suas vidas, em sua maioria apontam o mesmo tipo de investimento como sendo o melhor e o pior.
Por exemplo, muito pais apontam que o seu melhor investimento financeiro foi no mercado de capitais e o pior, no mercado de capitais ou em imóveis ou em um negócio.

Portanto, investimentos financeiros são quase como uma relação de amor e ódio, de desejo, mas de medo e como grande parte das pessoas tem aversão a risco com dinheiro e odeiam sentir-se inseguras, simplesmente deixam de investir ou partem para investimentos de menor risco e, com isso, de menor ganho.

É bem provável que isso aconteça por conta de uma única situação, além da questão emocional: o desconhecimento sobre o tipo de investimento que se está realizando.

É muito comum ouvirmos de um amigo ou parente que alguém fez um determinado tipo de investimento e se deu bem.
Sem muita pesquisa, conhecimento, informação de outras pessoas, avaliação do grau de risco do investimento ou mesmo de um auto conhecimento sobre o perfil financeiro, ver muitas pessoas se lançarem ao mar, sem sequer saberem dar uma braçada, também é muito comum.

O que pode dar certo para um, não significa necessariamente que dará para o outro, porque quando se trata de investimentos de alto risco, não há garantias de que o que ocorreu no passado se repetirá da mesma forma no momento seguinte.

Adquirir o conhecimento necessário ANTES de investir dinheiro, seja lá no que for, é o fator mais importante para dar o ponta pé inicial.

Além do mais, é importante saber que ainda assim o risco existirá, mas conhecer estratégias que possam minimizar eventuais perdas,já é um passo para que a pessoa se sinta mais segura com relação ao que ela está realizando.
Ao contrário daqueles que simplesmente sem entender nada, só resta se desesperar.

Lembro-me bem de um desses casos desesperadores que eu presenciei, por volta de 1994, quando na região da Vila Olímpia, em São Paulo, moradores de uma determinada rua tiveram seus imóveis depreciados e desapropriados, porque por ali passaria a Nova Faria Lima. Uma vizinha do quarteirão que teve seu imóvel desapropriado, chorando me disse: "Moro aqui desde que nasci. Para onde eu vou com isso que eles querem me pagar?"
Quem imaginaria que um imóvel naquela localidade simplesmente perderia seu valor daquela forma abrupta, em nome do progresso? Foram avisados com antecedência, mas muitos não quiseram acreditar que aquilo aconteceria algum dia.

Por essas e outras histórias é que as pessoas parecem ter ainda tanta aversão a investimentos financeiros de maior grau de risco, mas vale lembrar que tudo na nossa vida é um risco e o risco existe para ser administrado e não para que se fuja dele ou finja que está tudo indo bem e que assim continuará para sempre.

Quem não corre riscos também perde oportunidades excelentes de negócios em qualquer área de investimento, isso porque o medo paralisa ou te põe pra correr milhas e daí, pronto: a oportunidade se foi.

Por isso, atreva-se mais, arrisque-se mais, sem precisar com isso, se colocar em risco desnecessário. Tome as rédeas de sua vida financeira e pise fundo no conhecimento.
Quem conhece muito bem em que terreno está pisando, calcula também o grau de risco que se propõe a correr. 
Não desista de querer melhorar sua condição financeira atual por conta do medo de se arriscar.
Eduque-se financeiramente. Invista conscientemente.


Quer conhecer um pouco sobre a História do Mercado de Capitais? Comece aqui. http://www.portaldoinvestidor.gov.br/
Se gostar do que ler, aprimore-se. Sempre.

À nossa prosperidade.

sexta-feira, 6 de abril de 2012

Filhos: a hora de começar a investir visando suas necessidades futuras

 

 
SÃO PAULO - Seu filho acabou de nascer, mas você já está preocupado com o futuro dele. Embora faltem muitos anos para começar as despesas mais pesadas, como os gastos com faculdade, cursos no exterior e a própria aquisição de um automóvel, o tempo deve ser visto como um aliado e os investimentos devem começar o mais cedo possível.

Para a educadora e diretora do The Money Camp, Silvia Alambert, os pais já devem se preocupar, no sentido de dar início a um plano de investimento, ainda quando recebem a notícia da gravidez. Mas qual a melhor estratégia para esse acúmulo de capital, visando à realização dos sonhos e, sobretudo, dos estudos do seu filho?

Antes de mais nada, tenha em mente que o fator tempo será um elemento extremamente favorável. Serão 18 anos de investimento, aproximadamente. Para o presidente do Conselho de Administração do Ibef-SP (Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças de São Paulo), Keyler Carvalho Rocha, um bom investimento para o longo prazo são as ações.

Mercado em baixa Se a criança nasceu neste ano, o momento é ainda mais interessante, porque o mercado financeiro vive um momento de baixa. “Em virtude da crise financeira internacional, o preço de boa parte das ações caiu muito e está barato”, avalia Rocha. Mas, se o investidor tiver receio de trabalhar com ações, justamente por conta das crises, o especialista explica que, no longo prazo, as crises não são tão importantes, pois o mercado segue para recuperação.

Ele cita, por exemplo, o caso das ações da Petrobras. Apesar das ações terem sofrido por conta das questões internacionais, a empresa continuou fazendo investimentos e, inclusive, fez um grande aumento de capital em 2010. “A empresa trabalha com um produto nobre, que é a gasolina, é diversificada e também o próprio governo garante que ela não irá ‘quebrar’ ”, pondera Rocha.
Essa lógica também é válida para outras organizações de capital aberto. Apesar da instabilidade externa, elas continuam fortes e realizando investimentos. “Apesar das quedas, as empresas continuam muito bem. A Vale e a Petrobras continuam dando lucros muito bons”, explica o presidente do Ibef-SP.

E os fundos... Assim, com essa crise passando, a expectativa é que as ações se valorizem, o que configura um bom investimento, sobretudo para o futuro. Mas, para aqueles investidores inseguros e que não têm muito conhecimento do mercado, vale a pena considerar fundos de índice, como o Ibovespa (BOVA11).
Os fundos de índices são aqueles que buscam obter o retorno de determinado índice e têm cotas negociadas na Bolsa. Ao escolher um ETF (Exchange Traded Funds – como são conhecidos os fundos de índices comercializados na bolsa de valores), o investidor aplica, ao mesmo tempo, em uma carteira de ações de diferentes companhias, o que remete a uma diversidade maior para o portfólio.
Mas o especialista alerta: é sempre importante fazer um planejamento e, apesar de ser um investimento visando a um retorno no longo prazo, é preciso ir acompanhando esses investimentos. “Quando subir muito, pare de comprar um pouco e foque nas aplicações de renda fixa”, sugere.

Diversificando os investimentos Diversificação é importante não só ao investir em ações, mas também nos investimentos como um todo. Visando ao futuro da criança, os pais podem aplicar tanto em renda fixa quanto em variável. No caso da renda fixa, ainda por conta do benefício tempo, o especialista recomenda títulos do Tesouro Direto.

Tesouro Direto nada mais é do que um programa de venda de títulos públicos a pessoas físicas, desenvolvido pelo Tesouro Nacional em parceria com a CBLC (Companhia Brasileira de Liquidação e Custódia). É um investimento altamente seguro, pois se tratam de títulos da dívida do Governo. O investidor pode escolher títulos indexados à inflação e, quanto mais distante a data de resgate, terá uma taxa de juros maior.

Atualmente, é possível investir a partir de uma fração equivalente a 0,2 de um título público, o que significa um investimento mínimo de cerca de R$ 100. Entretanto, o Tesouro Nacional anunciou recentemente uma mudança nas regras e, a partir deste ano, será possível investir ainda menos – uma fração de 0,1 de um título público, com piso próximo a R$ 30.

O especialista cita, como exemplo, um título com vencimento em 2024, atrelado ao IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo – atualmente em 5% ao ano) e que pague juros de 5% a.a.. Assim, o investidor pode ir fazendo pequenos aportes mensais, com retorno de 10% ao ano.

Previdência infantil : Uma modalidade específica para o futuro da criança é a previdência. Silvia explica que muitos bancos oferecem modalidade de previdência visando ao futuro, sobretudo aos estudos do filho. Essa opção é interessante para os pais que são avessos ao risco e que não podem fazer grandes aportes mensais.

Silvia explica que, embora os pais tenham o tempo como aliado nesse tipo de investimento, eles não devem demorar muito para iniciá-lo. “O maior erro é ficar postergando, pois, apesar de ser um longo tempo, os anos passam rápido e, quando você se da conta, já passaram 18 anos”, diz.

Outro fator importante é ter uma boa organização financeira. Se você é uma pessoa endividada e que não controla suas finanças, vai ser complicado dar continuidade a esse investimento. “Se eu não tiver um controle orçamentário presente, eu vou me perder no investimento do meu filho”.

Cada família deve avaliar suas finanças e encontrar um valor mensal que não comprometa suas contas. Como regra geral, 10% da renda para investimento já é um montante adequado. Vale inclusive, antes de começar os investimentos, calcular o valor aproximado que seria suficiente para suprir os principais gastos da criança no futuro. Com o valor em mãos, dilua pelo tempo que você terá, considerando os juros que os investimentos podem pagar.