"A dívida — pública e privada — está aqui para ficar. Ela exerce um papel essencial no processo econômico... O que é necessário não é a abolição da dívida, mas um uso prudente e um gerenciamento inteligente."
E houve um tempo em que o sustento do homem vinha da terra. Faz tempo.
Hoje, parece que tudo o que o homem precisa é de alguns cartões de crédito ou do limite do cheque especial, de preferência com limites estratosféricos, a fim de prover suas necessidades e desejos.
E é incrível como os olhos das pessoas brilham quando elas pensam em cartões com crédito ilimitado para compras. Os olhos parecem aquelas caixas registradoras que não param de mostrar cifrões e, se fosse possível ver aqueles balõezinhos de histórias em quadrinhos, daria para ver claramente os objetos, sonhos de consumo, voando pelas suas mentes.
Juros sempre representarão o “aluguel” que você terá que pagar por tomar algum dinheiro emprestado e todos bem sabem (ou deveriam saber) que o “aluguel” a ser pago por essas modalidades de crédito são caras.
Portanto, se você escolher por parcelar suas compras...pronto, pode contar que os juros já estão lá embutidos nas suas parcelinhas e se você, por algum momento, se enrolar com suas contas e deixar de pagar uma única parcelinha ou pagar apenas parte dela... pronto, você será cobrado de novo com um outro “aluguel” inclusive sobre o “aluguel” que já estava embutido nas parcelinhas.
Acontece, porém, que por mais que muitas pessoas já saibam sobre isso, existe um outro fator chamado “dissonância cognitiva” que faz com que as pessoas simplesmente apaguem a “parte chata” e só fiquem com a parte que lhes dá prazer: TER coisas.
Dissonância cognitiva é um termo da psicologia social que se refere ao conflito entre duas idéias, crenças ou opiniões incompatíveis. Como esse conflito geralmente é desconfortável, as pessoas procuram acrescentar "elementos de consonância" (que lhes seja favorável), mudar uma das crenças, ou as duas, para torna-las mais compatíveis. No caso do consumidor sedento por ter coisas imediatamente são aquelas vozes que falam no ouvido e tomam conta da mente enquanto a pessoa entra em uma loja, supermercado ou simplesmente olha uma vitrine: “ Não faça essa compra agora. Espere mais um pouco porque agora não dá”, mas a outra voz arruma algum motivo favorável (elemento de consonância) para que a pessoa convença a ela mesma que “Sim. Você pode comprar agora porque no mês que vem você pagará a última parcela de tal compra e poderá deixar de sair alguns dias, então, você PODE.”
Além do mais, a maioria das pessoas se esquece de que o valor do dinheiro delas enquanto as parcelinhas vão sendo pagas vai se tornando diferente do valor do dinheiro delas quando começaram a pagar as primeiras parcelas (sim, o valor do dinheiro no ano que vem é diferente do valor do dinheiro de hoje. Oops! Não te contaram?), então, estas pessoas só se preocupam com as coisas quando já estão acontecendo na frente de seu nariz e é só neste ponto que muitas delas se pegam jurando que nunca mais repetirão o erro, mas por não entenderem muito bem como é o mecanismo do negócio acabam fazendo o mesmo círculo de novo.
Por estes motivos listados acima, ou seja, a falta de educação e organização financeira, a dissonância cognitiva e a despreocupação sobre quanto aquilo que está comprando parcelado irá lhe custar no futuro, é que as pessoas se perdem com seus cartões de crédito, seus limites bancários e passam a se sentir pressionadas como se estivessem vivendo em um estilo de vida superior à sua realidade financeira, ou seja, passam a viver em um estilo de vida que não cabe em seus bolsos.
É importante lembrar que limite de cartão de crédito e limite de cheque especial não é dinheiro seu: você está tomando emprestado e prometendo que irá pagar no vencimento e se não honrar o pagamento ou pagar o mínimo, lembre-se que o “aluguel” é alto e poderá te dar dor de cabeça depois.
Além do mais, se uma pessoa está tomando dinheiro emprestado dos outros (administradoras, bancos) é porque ela não tem dinheiro para realizar aquela compra naquele momento. Se tivesse, pagaria à vista, com o SEU próprio dinheiro.
Será que não seria a hora de realizar um plano de economias e gastos?
Ao seu sucesso financeiro.
http://maalves-consumidor.blogspot.com.br/2012/03/paulistano-com-renda-acima-de-10.html
http://www.alagoas24horas.com.br/conteudo/?vEditoria=Economia&vCod=121475
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